Daqui a alguns dias vamos virar mais uma página e iniciar um novo ano.
Normalmente neste período do ano desejam-se aos familiares e amigos as maiores felicidades para um novo ciclo que se aproxima.
Normalmente neste período do ano desejam-se aos familiares e amigos as maiores felicidades para um novo ciclo que se aproxima.
Aproveitando a oportunidade que a JS – Graciosa me dá com este espaço no seu Boletim, quero deixar aqui uma palavra de optimismo e de esperança aos jovens da nossa ilha.
Viver na Graciosa nem sempre foi fácil. A minha geração ainda sentiu na pele as vicissitudes do isolamento.
Para estudar havia que fazer malas e abalar para uma outra ilha, sempre distante aos nossos olhos, com 10 e, mais tarde quando abriu o então Ciclo Preparatório, com 12 anos de idade. Era violento, tanto para os jovens como para os seus pais.
Sem acesso à informação, sem comunicações, sem transportes e com electricidade só até á uma da manhã, com constantes rupturas do abastecimento de bens essenciais, como a farinha, o açúcar e os combustíveis, atiravam-nos literalmente para o sombrio pensamento de que o futuro não passaria do presente mesmo que numa versão ligeiramente melhorada.
É claro que também tínhamos coisas positivas. Havia mais convívio entre os jovens, mais imaginação nas brincadeiras e mais disponibilidade para tarefas comunitárias, coisas que agora os computadores, os jogos de vídeo e a televisão não permitem.
Com o advento da autonomia em 1975 muita coisa mudou. Se é verdade que no início dos anos 80 os barcos se foram embora, ao que dizem por falta de clientes, não será menos verdade que coincidiu com a chegada dos aviões. Foram construídos portos e aeroportos, aproximando as ilhas que o mar teimava em separar. Passamos a ter um canal de televisão, que representou uma janela aberta para o mundo. O isolamento começou a desfazer-se.
Mas ainda era pouco. O atraso estrutural era um garrote ao nosso desenvolvimento.
A partir do final dos anos 90, já com os governos do Partido Socialista, foi preciso juntar sinergias e atalhar caminho.
Nessa época surgiram mais canais de televisão, o acesso à internet através de banda larga e os telemóveis
Fizeram-se as reestruturações de sectores fundamentais para a economia da ilha. O caso da produção de leite é um exemplo. Esta fileira passou por momentos muito complicados nos anos 80. Chegou a estar ameaçada quer por falta de dinâmica quer mesmo por questões ligadas á higiene. Foi construída uma moderna unidade fabril e os produtores mais jovens agarraram esta oportunidade e estão a construir o seu futuro, baseado numa produção de qualidade, que é exemplar no contexto da região.
A pesca também sofreu grandes alterações. Sem porto de abrigo, com barcos sem equipamentos e com pescadores sem formação a pesca definhava a passos largos.
Hoje a situação é completamente diferente. Os jovens, outra vez eles, transformaram aquilo que era apenas uma actividade de subsistência num negócio lucrativo em pouco tempo, agora com a perspectiva de um porto com todas as condições e que ficará pronto no final desta legislatura.
A reestruturação da Adega Cooperativa e a atribuição de novas competências na área da comercialização de produtos agrícolas tradicionais também proporcionará mais uma oportunidade para quem escolheu a terra como seu modo de vida.
Agora chegou a vez do turismo. Está a ser construído um hotel de grande qualidade, as termas vão ser sujeitas a obras de ampliação, o centro de visitação da Caldeira também será uma realidade e recuperar-se-ão zonas balneares e de lazer, que darão aos visitantes motivos seguros para quererem regressar.
O importante investimento público previsto para os próximos tempos é destinado às pessoas, muito embora por vezes queiram fazer crer o contrário.
Certamente que a exploração destes empreendimentos criará directamente alguns novos empregos, mas o mais importante terá a ver com as janelas de oportunidades que surgirão de modo indirecto que os jovens não desperdiçarão, apoiados pelos instrumentos legislativos existentes e vocacionados para a dinamização empresarial e criação de emprego e auto-emprego.
Viver na Graciosa nem sempre foi fácil. A minha geração ainda sentiu na pele as vicissitudes do isolamento.
Para estudar havia que fazer malas e abalar para uma outra ilha, sempre distante aos nossos olhos, com 10 e, mais tarde quando abriu o então Ciclo Preparatório, com 12 anos de idade. Era violento, tanto para os jovens como para os seus pais.
Sem acesso à informação, sem comunicações, sem transportes e com electricidade só até á uma da manhã, com constantes rupturas do abastecimento de bens essenciais, como a farinha, o açúcar e os combustíveis, atiravam-nos literalmente para o sombrio pensamento de que o futuro não passaria do presente mesmo que numa versão ligeiramente melhorada.
É claro que também tínhamos coisas positivas. Havia mais convívio entre os jovens, mais imaginação nas brincadeiras e mais disponibilidade para tarefas comunitárias, coisas que agora os computadores, os jogos de vídeo e a televisão não permitem.
Com o advento da autonomia em 1975 muita coisa mudou. Se é verdade que no início dos anos 80 os barcos se foram embora, ao que dizem por falta de clientes, não será menos verdade que coincidiu com a chegada dos aviões. Foram construídos portos e aeroportos, aproximando as ilhas que o mar teimava em separar. Passamos a ter um canal de televisão, que representou uma janela aberta para o mundo. O isolamento começou a desfazer-se.
Mas ainda era pouco. O atraso estrutural era um garrote ao nosso desenvolvimento.
A partir do final dos anos 90, já com os governos do Partido Socialista, foi preciso juntar sinergias e atalhar caminho.
Nessa época surgiram mais canais de televisão, o acesso à internet através de banda larga e os telemóveis
Fizeram-se as reestruturações de sectores fundamentais para a economia da ilha. O caso da produção de leite é um exemplo. Esta fileira passou por momentos muito complicados nos anos 80. Chegou a estar ameaçada quer por falta de dinâmica quer mesmo por questões ligadas á higiene. Foi construída uma moderna unidade fabril e os produtores mais jovens agarraram esta oportunidade e estão a construir o seu futuro, baseado numa produção de qualidade, que é exemplar no contexto da região.
A pesca também sofreu grandes alterações. Sem porto de abrigo, com barcos sem equipamentos e com pescadores sem formação a pesca definhava a passos largos.
Hoje a situação é completamente diferente. Os jovens, outra vez eles, transformaram aquilo que era apenas uma actividade de subsistência num negócio lucrativo em pouco tempo, agora com a perspectiva de um porto com todas as condições e que ficará pronto no final desta legislatura.
A reestruturação da Adega Cooperativa e a atribuição de novas competências na área da comercialização de produtos agrícolas tradicionais também proporcionará mais uma oportunidade para quem escolheu a terra como seu modo de vida.
Agora chegou a vez do turismo. Está a ser construído um hotel de grande qualidade, as termas vão ser sujeitas a obras de ampliação, o centro de visitação da Caldeira também será uma realidade e recuperar-se-ão zonas balneares e de lazer, que darão aos visitantes motivos seguros para quererem regressar.
O importante investimento público previsto para os próximos tempos é destinado às pessoas, muito embora por vezes queiram fazer crer o contrário.
Certamente que a exploração destes empreendimentos criará directamente alguns novos empregos, mas o mais importante terá a ver com as janelas de oportunidades que surgirão de modo indirecto que os jovens não desperdiçarão, apoiados pelos instrumentos legislativos existentes e vocacionados para a dinamização empresarial e criação de emprego e auto-emprego.
(Artigo publicado no Boletim Informativo nº 4 da JS - Graciosa)
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