14 de julho de 2011

Quando falta a razão


No plenário de Julho da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores discutiu-se a visita estatutária do Governo Regional à Ilha Graciosa.

Nesta ocasião, que é sempre muito especial para as ilhas mais pequenas, é normal os partidos participantes na discussão divergirem sobre as decisões, ou a falta delas, e a oportunidade de cada uma das deliberações que são assumidas no Conselho do Governo realizado na ilha visitada.

O que já não é muito normal é o “bota abaixo” inusitado, destilando sarcasmo, misturado com inverdades que só servem para confundir, perpetrado pelo PSD.

O PSD afirmou que a desertificação humana é um grave problema, mas quando foi instigado, por várias vezes, a apresentar soluções, nunca foi capaz de o fazer.

Nós concordamos, definitivamente, que este é um dos principais problemas que teremos de enfrentar nos próximos tempos. É por essa razão que o Governo encomendou o Plano Estratégico para a Coesão dos Açores, que, inclusivamente, já foi formalmente aprovado em Conselho de Governo e que será colocado à discussão pública dentro de pouco tempo.

Mas quem transmite a ideia de que nada se faz para inverter esta tendência, não está a ser justo nem coerente.

O PSD afirmou que as políticas aplicadas na Graciosa foram erradas e não resultaram. Esta crítica apanha por tabela – involuntariamente, com toda a certeza - os 30 anos de governação autárquica da responsabilidade daquele partido.

Como podemos combater este flagelo que atinge várias ilhas? Com investimento reprodutivo e estruturante.

E não é isso que o Governo está a fazer? Com certeza que sim. Quem afirma o contrário está a faltar à verdade ou é maldoso.

O investimento verificado, nos últimos 15 anos, nas pescas, na agricultura, na saúde, no ambiente, na cultura e no turismo, com a construção de novas infra-estruturas e requalificação de outras, na construção de unidades de produção, dotação de quadros técnicos, aposta na qualificação dos produtores, apoios à modernização, apoios à exportação dos produtos locais e a remoção do passivo ambiental com décadas, constitui uma das vertentes mais importantes no combate à desertificação humana.

É devido a este compromisso que o Partido Socialista tem para com as ilhas mais frágeis, que conseguimos ser uma das melhores na agricultura e na produção de pescado. É devido a esta visão de coesão que saímos do marasmo e somos uma das ilhas que mais cresce no turismo. Foi esta estratégia que nos levou a sermos reconhecidos pela Unesco como uma das Reservas da Biosfera. É por isso que vamos ser uma das ilhas com produção de energia 100% limpa dentro dos próximos tempos. Essa é talvez a razão pela qual, na última década, se tenha fixado nesta ilha muito mais gente nova e qualificada, como nunca tinha acontecido desde 1974.

Esta política que aposta nas potencialidades endógenas e na criação de valor acrescentado para alavancar a economia, que, como se sabe, é muito frágil devido à dimensão desta ilha, tem dado os frutos e estão à vista de todos.

É por isso que abomino quando se enche constantemente a boca com apreciações negativas, sem se atender ao muito que já está feito em favor das populações.

Estas visões pintalgadas de pessimismo e de desânimo, valem o que valem e só acredita nelas quem quer. Eu não vou nisso.  

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