Não votei no professor Cavaco
Silva para Presidente da República, quer para o seu primeiro mandato quer para
o mandato que terminará em 2016. E hoje voltaria a não votar, caso houvesse a
hipótese de um terceiro mandato.
Primeiro há a questão de empatia
que, confesso, nunca funcionou lá muito bem. Depois vem aquilo que espero de
todos os eleitos para aquele cargo e que não vi neste caso: que fosse mais a
voz do povo do que a voz do Governo.
Existem outras coisas com as
quais não concordei e que esperava outra atitude do Presidente que deveria ser
de todos os Portugueses. Foram os casos de José Saramago, Nobel da Literatura, e
de Carlos do Carmo, primeiro Português a vencer um Grammy, completamente
ignorados pelo mais alto magistrado da nação aquando da atribuição destas
importantes distinções que deveriam orgulhar qualquer um.
Nas comemorações do Dia de
Portugal o discurso do Presidente da República foi, em grande medida, uma
colagem ao executivo de Passos Coelho. Pelo menos teve uma virtude: foi
coerente com as intervenções feitas a partir de 2011.
Em determinada altura houve uma
passagem que me chamou a atenção. A crítica assertiva com que brindou os
pessimistas, os que fazem da maledicência um modo de vida. Também comungo da
ideia que aqueles que passam a sua vida a deitar abaixo e a denegrir, são
incapazes de ajudar a arranjar soluções, preferindo estar sempre ao lado dos
problemas.
Confesso que essa parte do
discurso me agradou, por razões que não interessam para aqui, até perceber que
o Presidente, nesta sua longa intervenção, queria, apenas, atingir os
comentadores, jornalistas e partidos políticos que iriam reagir, daí a pouco
tempo, ao seu último discurso no Dia de Portugal, numa espécie de defesa
antecipada.
Apesar dessas cautelas, não
conseguiu evitar um chorrilho de críticas, desta vez com uma diferença: é a
última…
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