Nestes dias de campanha eleitoral
a Aliança Portugal, que representa o governo do PSD e CDS-PP e que defende
estas políticas de austeridade sem paralelo, tem-se desdobrado em afirmações
contra, quase sempre, o Partido Socialista e o anterior líder, José Sócrates,
acusando ambos de despesistas e culpados de todo o mal que acontece neste país,
sempre apoiados pelas “caixas-de-ressonância” do costume.
Cair neste atrevimento tem sido
um hábito da direita desde o tempo de Durão Barroso que, antes de fugir do
país, implementou o discurso da tanga para tentar incutir no povo a ideia de
que os seus eventuais insucessos no futuro seriam culpa, afinal, dos seus antecessores.
É neste contexto de desvario e de
preocupação com os resultados eleitorais que acusam também o Partido Socialista
de ter aberto a porta à troika.
E é aqui que começam os equívocos.
Quem chamou os organismos internacionais foram precisamente o PSD de Passos
Coelho e o CDS-PP de Paulo Portas ao chumbar o PEC 4. A verdade é esta.
O PEC 4 consubstanciava uma ligeira
austeridade, é certo, e esses dois partidos da direita portuguesa não aceitaram
esse programa por o considerarem demasiado penalizador para os portugueses.
Depois disso é o que se sabe. De
mentira em mentira este Governo da direita radical avançou com aumento de
impostos, com a redução de benefícios e de rendimentos dos trabalhadores e dos pensionistas.
Foi muito mais além do PEC 4 e também além do que é exigido pela troika.
O PSD e o CDS-PP executaram até
aqui um detalhado pograma de empobrecimento do país e, nesse aspeto, tem tido
algum êxito, infelizmente para milhões de portugueses. Neste caminho feito de
costas voltadas para o povo tem tido alguns aliados na Europa, com é o caso do
senhor Juncker que, pasme-se, considera as pessoas iguais a mercadorias e a
capital, denotando uma insensibilidade social preocupante para quem quer ser
Presidente da Comissão Europeia.
Depois de milhões arrecadados com
o aumento de impostos, depois de milhões de receitas da venda de empresas do
estado, depois de milhões sonegados aos funcionários públicos e aos
pensionistas, o que se vê é que, de 2010 a 2013, a taxa de crescimento do PIB
passou de 1,4% para -1,4%, a taxa de desemprego amentou de 10,8% para 16,3%, a
carga fiscal cresceu de 31,6% para 34,9% do PIB e a dívida pública disparou de
93,3% para 129% do PIB.
É por isso que no próximo domingo, dia das eleições para o Parlamento Europeu, temos de dar um sinal a esta direita radical que nos governa de que a mudança está em marcha. Em Portugal e na Europa.
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