Desde sempre que a sociedade
gosta de homenagear os cidadãos que, de qualquer forma, se destacam. Esse gesto
contraria a tendência, muito em voga, de esquecer aqueles que se esforçaram
para nos deixar mais do que receberam, que, com a sua ação, contribuíram para a
melhoria da nossa comunidade.
Esta é uma forma de agradecer e,
ao mesmo tempo, reconhecer o trabalho desenvolvido em prol do bem comum, por
gente de valor que trabalhou sem a preocupação de ver esse trabalho
reconhecido.
O passado fim-de-semana foi
marcado por dois desses momentos que, embora se tenham revestido de alguma
simplicidade, foram marcantes e atingiram os seus objetivos na demonstração do
respeito pelos cidadãos em questão.
No sábado foram dois os homenageados:
Duarte Rico e Luís Henrique. Ambos se destacaram pelo trabalho que
desenvolveram no lançamento e crescimento do hipismo na Ilha Graciosa.
O Duarte, quando cá chegou,
trazia conhecimentos técnicos e muita determinação, mas teve de começar do
zero. Rodeou-se de jovens e menos jovens que começavam a gostar desta
modalidade e criou um excelente grupo que cresceu ao mesmo tempo que crescia a
qualidade dos seus praticantes.
Foi um trabalho que deixou marcas
e muitas saudades, recorrentemente lembradas após a sua prematura partida. Deixou
muitos amigos no meio do hipismo e fora dele. Veio da Terceira, mas era como se
fosse um dos nossos.
O Luís Henrique, apesar de ser
enfermeiro de profissão, tinha uma grande paixão pela agricultura e por
cavalos. Teve um papel preponderante na fundação das bases do hipismo nesta
ilha, tendo acompanhado, desde o início, o processo de implantação e
crescimento desta modalidade.
Desempenhou cargos na Associação
dos Agricultores e foi um dos organizadores, durante vários anos, da feira
taurina que se realiza anualmente nesta ilha, onde dava uma especial atenção à
lide a cavalo.
Deixou-nos com 49 anos de idade,
ainda com sonhos por realizar.
No domingo foi a vez da Graciosa,
através do Município, prestar homenagem ao Engenheiro Marcelo Bettencourt,
atribuindo-lhe o nome a uma rua que passa na casa onde nasceu há precisamente
90 anos e que agora é a Casa Tradicional de Guadalupe.
Este ilustre Graciosense
destacou-se nas funções que exerceu, nomeadamente quando tutelou as obras
públicas, desde a extinta Junta Geral de Angra do Heroísmo até à Secretaria
Regional dos Equipamentos.
Nessas funções foi responsável
pelos projetos e planeamento de diversas obras na Graciosa, desde a rede
estradas até aos edifícios públicos. Também foi o primeiro responsável pelo
Gabinete de Apoio à Reconstrução, estrutura criada para reerguer as ilhas
afetadas pelo sismo do dia 1 de janeiro de 1980.
Na qualidade de Presidente do
Conselho de Administração da Caixa da Misericórdia foi um dos responsáveis pela
instalação de uma agência daquela instituição na ilha Graciosa.
Serviu o estado durante 40 anos,
demonstrando sempre grande competência profissional que aliada à sua
honestidade e ao rigor na gestão pública fazem dele um exemplo.
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