A partir desta quinta-feira passamos
a ter, ao fim de sessenta dias, um Governo em Portugal, agora com plenos
poderes para desempenhar as suas funções, depois da aprovação do programa para
a legislatura e resistir a uma moção de rejeição apresentada pela atual
oposição, agora mais ressabiada.
O atual Governo do Partido
Socialista, como se sabe, resultou da incapacidade das bancadas do PSD e CDS-PP
em encontrar uma solução de governação no seio da Assembleia da República, resultou,
enfim, da inabilidade para estabelecer acordos com os outros parceiros.
Ficaram simplesmente à espera que
um golpe de sorte os ajudasse a manter o poder ou que o tempo fizesse os
restantes partidos aceitarem como boas as práticas políticas implementadas
nestes longos quatro anos, situação com poucas probabilidades de acontecer,
como é facilmente compreensível.
Ficaram à espera porque nunca acreditaram que
fosse possível fazer pontes e encontrar consensos no âmbito do Parlamento.
O Partido Socialista, munido do
apoio dos partidos à sua esquerda, avançou com uma solução estável para
governar o país, conforme era desejo do Presidente da República, pelo menos na
campanha eleitoral, deixando na oposição aqueles que agora tem menor número de
votos na Assembleia da República.
Durante o debate o PSD e o CDS-PP
quiseram marcar a sua posição com referências à legitimidade e ao
experimentalismo, amedrontando os Portugueses com fantasmas do passado, como já
não se via desde há muito.
Por outro lado, da nova maioria
ouviu-se falar num virar de página, em restabelecer a esperança num país que
foi governado, nestes últimos quatro anos, por uma coligação que falhou em
todos os objetivos a que se tinha proposto e que deixou Portugal e os
Portugueses piores do que estavam em 2011.
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