Quando se fala no sector das
pescas nos Açores normalmente são feitas uma série de considerações
relativamente à perda de rendimento pelos pescadores.
Esse é um facto confirmado pelas
estatísticas e passa-se sobretudo nos últimos dois anos, muito devido ao menor
volume de capturas de atum.
As pescas, como qualquer outra
atividade económica, tem os seus problemas específicos, alguns de caráter
social e é nesse âmbito que devem ser tratados e resolvidos.
Para se perceber onde estamos nesta
importante área económica é preciso analisar mais ao pormenor o que foi feito
até aqui.
A política de pescas tem
permitido criar medidas destinadas as proteger os recursos, ao contrário do que
existia no passado. Temos a proteção das três milhas, as reservas, o regime de
quotas para espécies mais sensíveis, os tamanhos mínimos e a prática de pesca
artesanal com artes de linha de mão e anzóis, pesca mais compatível com a
preservação do meio marinho. Existem protocolos com a Universidade dos Açores
com o intuito de conhecer melhor os recursos existentes para apoio à decisão.
Esta política de pescas permitiu
reduzir a frota em 65%, sobretudo barcos sem condições de segurança e
habitabilidade, e o número de pescadores matriculados em 36%. O preço médio
sofreu, por sua vez, um incremento de cerca de 90% nos últimos 20 anos e o
rendimento por pescador quase que duplicou.
Foram melhoradas as condições de
trabalho, quer em terra quer no mar, as condições de segurança nos portos de
abrigo e nas embarcações, foram criadas condições para a manter a qualidade do
pescado a um nível elevado e aperfeiçoados os canais para a exportação em
fresco, onde se inclui um apoio ao transporte.
Hoje o grande desafio não passa
pelo aumento do esforço de pesca, mas antes pela valorização do produto da
pesca e é por isso que foi feito um enorme esforço para criar condições para
que seja possível ir por esse caminho.
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