Nunca na história recente um político terá sido tão atacado como foi o Eng. José Sócrates. A campanha contra o PS e o seu líder não é recente. Tem pelo menos 6 anos e foi dura, com ataques contra a sua honorabilidade, vindo dos partidos políticos e de movimentos corporativos que nunca aceitam que se mexa nos seus interesses.
Não vale a pena falar mais nisso, até porque para a frente é que há caminho.
Ao líder PSD, Dr. Passos Coelho, exige-se agora que governe, e que governe bem, e espera-se, sinceramente, que o faça sem os sistemáticos ataques pessoais e sem a permanente guerrilha a que o anterior primeiro-ministro esteve sujeito desde a sua indigitação em 2005.
O Presidente do PS Açores, Carlos César, na pronta assunção da derrota, foi muito claro: quando o PS ganha ele também ganha, mas quando perde, também lhe acontece o mesmo.
Percebo que nestas coisas, por vezes, há gente que precisa cavalgar vitórias de outros ou méritos alheios e, ao mesmo tempo, há quem tente, a todo o custo, evitar colagens nos momentos de desaire.
No rescaldo do acto eleitoral vi a líder do PSD, mais ou menos eufórica, apelar à mudança e tentar, a todo o custo, extrapolar os resultados desta eleição para os combates que se avizinham, o que, em bom rigor, não me parece um procedimento que lhe traga mais-valias políticas.
Esta postura fez-me recuar à surreal conferência de imprensa nas autárquicas de 2009, onde a líder do PSD só falava na sua vitória em Ponta Delgada e, teimosamente, tentava dissimular a estrondosa derrota a nível da região, como se ela nada tivesse a ver com isso, mesmo sendo a líder do partido perdedor. Os seus autarcas devem ter ficado de boca aberta, literalmente.
São duas maneiras opostas de estar na política. Duas formas de responsabilização diferentes, ou, aliás, a primeira é uma forma realista de aceitar a decisão do povo com a assunção das consequências sem subterfúgios e, a outra, é um sacudir água do capote impróprio para quem tem ambições políticas.
Tenho a convicção que é muito importante saber ganhar, mas também não terá menos importância saber perder.
Sempre ouvi dizer que é nos momentos de vitória e também nas derrotas que se vê o carácter dos políticos. Eu acredito nisso e sei que o povo tirará as suas ilações destas atitudes.
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