Constatei, através da leitura do
jornal Açoriano Oriental, do passado dia 2 de maio, que o Plano Diretor
Municipal de Ponta Delgada tinha sido suspenso parcialmente pela edilidade para
que os proprietários de terrenos agrícolas possam expandir a área de instalação
de equipamentos de apoio à atividade agrícola para além dos 1.500 m2.
Essa suspensão, ainda segundo a notícia daquele jornal, foi aprovada apenas com
a abstenção do CDS/PP e, passo a citar, “responde a vários pedidos feitos pelos
próprios empresários agrícolas, sendo tida pela autarquia como uma forma de
apoiar os produtores, numa altura em que é difícil a captação de meios de
investimento económico”, fim de citação. A Câmara Municipal de Ponta Delgada
considera que esta suspensão é mesmo, e cito novamente, “um incentivo para que
os proprietários invistam mais nas suas explorações e possam apresentar
candidaturas a apoios financeiros para este fim”, citei.
Não sei de quem partiu esta
proposta de suspensão do Plano Diretor Municipal, mas salta à vista de todos
que os partidos que compõem a Assembleia Municipal de Ponta Delgada foram
praticamente unanimes quanto à necessidade de aprovar este documento, tendo em
conta os interesses dos agricultores do seu concelho.
A Câmara Municipal de Santa Cruz
da Graciosa, ainda muito recentemente, também apresentou um documento de teor
semelhante onde era proposto expandir a área de instalação de equipamentos para
além dos 750 m2, tendo em conta também alguns pedidos feitos a esta
autarquia.
Duas situações em tudo muito semelhantes,
mas que, no fundo, mereceram tratamento diferenciado pelos deputados
municipais. No concelho de Ponta Delgada a proposta foi viabilizada, enquanto
na Graciosa a suspensão do Plano Diretor Municipal apresentado pela Câmara
Municipal foi chumbada pela maioria do PSD.
Por isso quando a dra. Berta
Cabral jura a pés juntos que defenderá a agricultura e os agricultores, só
temos de ficar desconfiados porque o seu discurso não bate certo com a prática
do partido que dirige.
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