O PSD-Açores anda de ilha em ilha
a comemorar os quarenta anos de existência daquele partido, relevando, como não
podia deixar de ser, o seu papel na construção da autonomia democrática dos
Açores, facto que é inegável para quem acompanha o que se tem passado nesta
região desde 1975.
Neste grande frenesim pelas ilhas,
o PSD-Açores esqueceu-se de referir, e isso era não só fundamental como seria
justo, que esse património é pertença dos diversos partidos que, de uma maneira
ou de outra, tem dado o seu contributo para consolidar as conquistas que a
revolução de Abril proporcionou.
Este súbito olhar para o passado
e acerto de contas com a história se tem como objetivo relembrar os seus anos
de governação, é, quando muito, um processo falhado porquanto o estado da
região em 1996, quando aquele partido saiu do Governo, não pode orgulhar quem
hoje se assume como principal alternativa de poder e é sempre muito lesto na
crítica.
Aqueles múltiplos momentos
comemorativos servem, já se sabia, para disferir mais uns ataques ao Governo,
mantendo, sem nenhum pudor, as incoerências costumeiras.
Primeiro apelida o Governo de
despesista mas todos os dias propõe aumento da despesa. Critica a dívida da
saúde e recusa-se a admitir que esse crescimento teve a ver com a construção de
novas infraestruturas para proporcionar mais e melhores serviços aos Açorianos.
Critica o aumento do desemprego e apresenta na Assembleia uma proposta que cria
emprego em indústrias inexistentes nos Açores, como são os casos da extração de
petróleo e de hulha. Está contra os cortes mas manda os seus deputados votar
favoravelmente o Orçamento de Estado onde estes estão previstos.
Este modo de “trabalhar” causa alguns
momentos de felicidade aos seus promotores, mas revela muitas fragilidades,
sobretudo quando se esperava deste partido uma maior intervenção na
concretização de propostas que ajudassem a melhorar a vida dos Açorianos.
Enquanto isto, surgem, de quando em
vez, dados que atiram por terra a postura derrotista do PSD-Açores, como foi o
caso da execução orçamental conhecida recentemente. Os Açores tem as suas
contas controladas enquanto no Continente o deficit
agrava-se e a dívida pública sobe para os 134% do PIB, dando a perceber que todos
estes sacrifícios pedidos aos Portugueses afinal não serviram para nada.
É por isso que ao PSD-Açores se
pede que, no lugar de glorificar o passado, tente ajudar a encontrar soluções
para o presente que levem a um futuro melhor e que rejeite, de uma vez, as
políticas de empobrecimento perpetradas por Passos Coelho, o amigo de Lisboa.
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