Domingo comemorou-se a
Implantação da República Portuguesa, data importante para a história de
Portugal. Não é feriado por imposição deste governo, mas, com toda a certeza,
voltará a sê-lo num futuro próximo.
De uma maneira ou de outra haveremos
de continuar a assistir ao hastear da bandeira Portuguesa e a ouvir os
tradicionais discursos na Câmara Municipal de Lisboa, onde, afinal, tudo
começou.
No 5 de Outubro deste ano o
Presidente da República voltou a deixar alguns recados. Falou da necessidade de
estabilidade política, dos compromissos, do populismo fácil, das promessas não
cumpridas e do descrédito por que passa a classe política.
Afirmou ainda que “os portugueses
são dos povos da União Europeia que demonstram maiores níveis de insatisfação
com o regime em que vivem”, avisando para o afastamento da vida cívica, para o
perigo do populismo e do carreirismo partidário. Alertou também para risco de
implosão do sistema partidário e pediu reformas políticas.
Se algumas das afirmações feitas
neste dia não nos surpreendem e até, inclusivamente, podemo-nos rever em
algumas delas, por serem oportunas e por corresponderem à realidade, outros dos
recados deixados ao poder político não nos parecem aceitáveis quando ditas por
um homem que foi Primeiro-ministro e líder partidário durante 10 anos e se
prepara para cumprir outros 10 anos como Presidente da República.
Nestes 20 anos de funções
públicas, para além do seu conhecido papel, quando era Primeiro-ministro, na
agricultura, na indústria e nas pescas deste País, resta saber se o Presidente Cavaco
Silva fez alguma coisa para melhorar o sistema político ou quais os contributos
que deu para credibilizar a classe política ou ainda que ações desenvolveu para
separar a política dos negócios, relação que, como se sabe, enormes danos
trouxe ao país nos últimos tempos.
Era também importante sabermos o
que fez para evitar o desvario deste governo que fez tudo ao contrário do que
prometeu, abstendo-se de intervir, como seria seu dever, deixando apenas nas
mãos do Tribunal Constitucional a fiscalização de diplomas que iam contra a
Constituição Portuguesa.
Esta sua postura de quem nada tem
a ver com a atual situação é mais uma nota que descredibiliza, também, a sua
ação política e faz-nos recordar a história do Frei Tomás…
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