Terminou a visita do Primeiro-Ministro
aos Açores. Falta menos de um ano para acabar o mandato e esta foi a primeira
vez que, nessa qualidade, tal aconteceu, mas como diz, e bem, o nosso povo,
antes tarde do que nunca.
Como seria de esperar, havia
alguma expetativa por parte dos Açorianos com os resultados deste périplo por 4
das 9 ilhas dos Açores. Contava-se que algumas situações pendentes fossem
resolvidas.
Mas, apesar da grande abertura
demonstrada, o muito que estava pendente ficou novamente adiado para uma nova
oportunidade.
O aeroporto da Horta não será
ampliado. A cadeia de Ponta Delgada não será construída. A Força Aérea vai continuar
com falta de pilotos para as evacuações sanitárias. A revitalização das Lajes foi
recusada. Relativamente ao desmantelamento das quotas leiteiras, tudo na mesma.
A RTP-Açores fica como está e a Universidade vai continuar a viver num aperto e
sem verbas para a investigação científica.
Sobre o diferencial fiscal - que,
como se sabe, alterou de 30% para 20% a diferença dos impostos pagos cá e lá e que
representou um agravamento da carga fiscal nesta Região – gerou-se uma enorme
confusão.
O líder do PSD-Açores, dando a
entender que tal poderia acontecer, apressou-se a apregoar a descida dos
impostos e desdobrou-se em declarações públicas, a esse respeito, um pouco por
toda a comunicação social, incluindo a continental. Chamou a si a paternidade
desta boa nova milagreira.
O que veio a seguir é que nos
espantou. Na segunda-feira, em palavras de circunstância num encontro no Faial,
Passos Coelho, que dias antes tinha desancado nos jornalistas e comentadores,
afirmou perante uma grande audiência e, curiosamente, sem comunicação social,
que da sua boca ninguém ouvira nada sobre a descida de impostos, até porque
essa opção estava na esfera das competências regionais.
Motivado pela necessidade de
mostrar serviço, o líder do maior partido da oposição nos Açores deu um novo
tiro no pé.
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