2 de julho de 2015

A pressa a fazer das suas

Ao longo da vida todos nós já encontramos pessoas que pensam ser o centro do mundo, pensam que tudo gira à sua volta e são incapazes de discernir a realidade.

Na política essa visão também é percetível e, infelizmente, tem sido mais notória nos últimos tempos e tende a agravar-se com o aproximar das eleições regionais.

A liderança do PSD, aconselhada pelos “sábios” de serviço, tem feito um grande esforço para se colar às coisas que vão acontecendo no arquipélago, as boas, porque das outras nem querem saber.

Vimos isso na negociação das novas acessibilidades aéreas, vemos isso na redução de impostos e em tudo o mais que tem corrido bem.

O líder do PSD nas últimas jornadas do seu grupo parlamentar, voltou à carga e chamou a si algumas vitórias recentes, como a redução do preço das acessibilidades aéreas e o alívio da carga fiscal.
Esta obsessão tem-lhe saído cara, porque as pessoas realmente esclarecidas e que acompanham estes processos sabem que estas coisas são tratadas a nível institucional e que este aproveitamento é indecoroso e desnecessário, além de ser ridículo.

Se de facto o líder do PSD-Açores tivesse esse poder de influenciar o governo de Pedro Passos Coelho porque não o fez quando fecharam tribunais nos Açores ou as repartições de Finanças? Porque não pressionou o governo central para não encerrar o posto policial de Rabo de Peixe? Porque não conseguiu convencer Passos Coelho que devia colaborar nas intempéries que assolaram a Terceira e S. Miguel, na mesma proporção que fez para a Madeira? Porque não influenciou o governo a pagar o serviço público de transporte aéreo entre as ilhas dos Açores, tal como o faz para as ligações entre a Madeira e Porto de Santo? Porque não consegue pilotos para as aeronaves da Força Aérea que fazem evacuações nos Açores? Porque não arranja solução para a RTP-Açores ou para a Universidade dos Açores?

Esta sede de se colar aos sucessos do Governo dos Açores, que afinal são vitórias de todos nós, tem muito que se lhe diga, sobretudo quando as coisas dão para o torto.

Veja-se o processo da Base das Lajes. O líder do PSD, apesar de ser informado regularmente pelo Governo dos Açores dos seus desenvolvimentos, tenta sempre fazer uma espécie diplomacia paralela e pôr-se em bicos dos pés para aparecer na fotografia ao ponto de ter anunciado um encontro com um congressista dos Estados Unidos da América que, afinal, já tinha morrido uma semana antes.

A necessidade de aparecer tem destas coisas…

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