O arquipélago da Madeira,
habitado por volta de 1425, explora as suas potencialidades turísticas há cerca
de 150 anos. O Algarve, com uma tradição turística mais recente, a partir do
início dos anos 60 inicia a sua expansão nesta área, potenciando o clima ameno
e as melhores praias do sul da Europa.
Estas duas regiões têm como base
da sua economia esta indústria, que, por ser exportadora por excelência, traz
mais-valias importantes para a economia. Em 2013 o turismo em Portugal
representava 11% das exportações de bens e serviços do país e no ranking
mundial da competitividade do Turismo, elaborado pelo Fórum Económico Mundial, o
país ocupava uma honrosa 20ª posição.
Aos Açores o turismo chegou bem
mais tarde, chegou há muito pouco tempo. E foi como começar do zero. Faltavam
hotéis, não existiam equipamentos de apoio, faltava formação, rareavam
atividades complementares, enfim, nos Açores sofria-se de um atraso estrutural
nesta importante área da economia a par da inexistência de preocupações com as
questões ambientais, que, no fundo, são transversais a esta e a outras áreas de
atividade.
Para se chegar até aqui foi feito
um grande caminho nos Açores, já o havia dito. A Graciosa não foi exceção.
Foi preciso construir um hotel,
apoiar a construção de espaços de turismo rural e a restauração. Foi imperioso
remover o passivo ambiental com décadas. Foi necessário melhorar o Museu e mudar
as Termas, construir um centro de apoio ao visitante no nosso principal
monumento natural, a Caldeira. Foi necessário introduzir os voos aos sábados e
domingos.
Penso que quase ninguém duvida
que este caminho tinha de ser feito. Foi esta a estratégia: criar condições
para sustentar o crescimento.
Não era possível crescer com
unidades hoteleiras com 15 a 20 quartos, sem capacidade para receber grupos. Não
era possível pensar em crescer turisticamente com duas lixeiras a céu aberto, uma
na cabeceira do aeroporto e outra bem visível quando os barcos se preparam para
atracar no porto comercial. As duas entradas na ilha estavam “minadas” com o
que de pior podíamos mostrar.
Durante este percurso, mesmo
assim, houve quem se preocupasse em arranjar dificuldades, ao invés de propor
melhorias e soluções. E hoje em dia ainda há quem se entretenha a elaborar
sofisticadas e emaranhadas teses disto e daquilo mesmo sabendo que não tem
ponta de verdade.
Apetece-me partilhar o que o meu
amigo João Aguiar escreveu recentemente na sua página do Facebook:
“Um desabafo!
Estou farto de pessoas que nasceram e vivem nos Acores e passam a vida
a desvalorizar tudo o que é nosso!
Estou farto daqueles que aqui nasceram, cresceram, foram livremente
viver para fora e estão sempre a criticar os Açores e as suas instituições!
Estou farto dos que fizeram a sua vida lá fora e ao regressar não se cansam
de fazer comparações desfavoráveis entre os países que os acolheram e os
Açores!
Estou farto daqueles que foram por nós adotados, como se aqui tivessem
nascido e passam a vida a desmerecer as decisões tomadas por quem por nós foi
eleito!
Apesar de não ser separatista, apetece-me plagiar a frase: - Açores...
ame-os ou deixe-os!”
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