Nos períodos eleitorais os
partidos escolhem os slogans de
campanha que acabam por ir parar ao diverso material promocional utilizado para
conquistar os votos dos eleitores. Uns mais felizes que outros, naturalmente,
mas todos procuram conquistar a confiança do eleitorado no dia de todas as
decisões.
O PSD-Açores escolheu “Açores a
100%”. Pode-se fazer um conjunto de interpretações sobre este mote de campanha.
Em primeiro lugar, e este é
também o primeiro equívoco, dá a ideia que foram os Açorianos a escolher os
seus candidatos às eleições legislativas nacionais. Mas a verdade é que Pedro
Passos Coelho impôs, para liderar a lista pelos Açores, o nome de alguém que
foi cúmplice das suas políticas desastrosas que empobreceram os Portugueses e
afastou os que lhe criaram alguns dissabores em determinadas votações na
Assembleia da República.
Em segundo lugar, pode deixar
transparecer que Berta Cabral, na procura de um equilíbrio, acautelou um lugar
a todas as ilhas dos Açores na sua lista, mas, por mais incrível que possa
parecer, o PSD-Açores deixou, mais uma vez, algumas ilhas de fora, favorecendo
outras. Estamos perante outro equívoco, o segundo, que provoca coisas
hilariantes como foi o caso de ser um Florentino a abordar publicamente um problema
do Corvo nesta altura de pré-campanha eleitoral, como se não houvesse ninguém do
PSD naquela ilha capaz de o fazer.
Por fim, temos o terceiro equívoco
deste verão: parece que a Secretaria de Estado da Defesa está agora sedeada nos
Açores, tal a constante presença da sua titular nestas ilhas, ao contrário do
que aconteceu no restante mandato. Mas, com toda a certeza, não vamos ficar por
aqui. Ainda veremos a Secretária de Estado andar de ilha em ilha, a descerrar
uma placa aqui, a anunciar obras ali, defendendo de unhas e dentes o seu chefe
de Lisboa.
Por isso considero que o PSD não pode
estar a 100% com os Açores. Para que isso acontecesse era preciso bater o pé a
Passos Coelho quando este faz maldades aos Açorianos, como quando não assumiu
uma parte dos prejuízos provocados pelas intempéries que assolaram a nossa
região, ao contrário do que fez, e bem, com a Madeira, ou quando se
desresponsabilizou a propósito dos impactos negativos pela redução de pessoal
da Base das Lajes.
Defender os Açorianos não é pôr-se em bicos dos pés a dois meses das eleições. É bem mais do que isso e dá trabalho.
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