O programa do PSD e do CDS-PP para
governar Portugal nos próximos quatro anos, foi apresentado publicamente na
passada quarta-feira perante uma plateia de militantes desses dois partidos
políticos que constituem a coligação.
Passos Coelho e Paulo Portas,
nessa cerimónia, queriam muito falar do futuro mas apenas conseguiram falar no
passado. Percebo essa postura. Passar as culpas da desgovernação dos últimos
anos para outros é, no entender desses dois líderes partidários, a única
maneira de se safarem. Esquecem-se que quem esteve antes já foi julgado nas
urnas e que agora será a sua vez.
Creio que os reformados, os
pensionistas, os funcionários públicos, os desempregados e os idosos, não
esquecerão o papel que estes partidos tiveram nestes quatros anos de sofrimento
e de falsidades. Na hora certa saberão dar a resposta…
Esta apresentação, curiosamente,
veio logo a seguir a uma visita de Passos Coelho aos Açores. Esperava-se
algumas respostas que não teve a coragem de dar sobre assuntos importantes para
os Açores, como o caso da gestão partilhada dos recursos marinhos, que teima em
não ceder às justas pretensões dos Açorianos, ou a questão do financiamento da
Universidade dos Açores e da RTP-Açores, que teima em ignorar, ou a ausência da
solidariedade aquando das intempéries de 2013, ao contrário do que fez com a
Madeira, ou a questão da Base das Lajes.
Passos Coelho trouxe-nos uma mão
cheia de nada e, ainda por cima, os social-democratas Açorianos, mesmo que
quisessem, nada podem fazer, porque as suas ideias para o programa de governo
do seu partido vão pelo cano abaixo, por uma razão muito simples: o programa
foi fechado e apresentado lá fora no dia 29 de julho e aqui, o PSD-Açores,
continua a receber contributos para esse mesmo programa até ao dia 30 de
agosto.
Das duas uma: ou se trata de mais
uma trapalhada do PSD-Açores ou então estamos perante outro embuste. De
qualquer dos modos esta prática denota um grande desrespeito pelos Açorianos.
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