Em 1980 o grupo central dos Açores foi abalado por um violento sismo que arrasou 60% das ilhas Terceira, S. Jorge e Graciosa. Foi a partir daí que houve uma nova consciência e uma vontade de descentralizar meios com capacidade de intervenção em caso de catástrofe, que, afinal, poderia acontecer em qualquer altura e em qualquer ilha do nosso arquipélago, conforme o sismo daquele primeiro dia ano tinha revelado, nesse terrível momento da nossa história recente.
Nessa altura, e decorrendo também das primeiras conquistas da Autonomia dos Açores instituída em 1975, foram estabelecidos critérios, com as necessárias adaptações, pela Administração Regional, que apontavam para a constituição de uma corporação de bombeiros por ilha e a instalação de um corpo de bombeiros por cada 20.000 habitantes ou raio de actuação de 15 km.
Preconizou-se que a actuação de cada corpo de bombeiros não seria apenas como uma unidade isolada, mas funcionando como força mais avançada, de uma outra força mais abrangente, caso o momento o justificasse, constituída pelas outras corporações que, todas juntas, formariam a Protecção Civil dos Açores, preparada para actuar em qualquer situação e já com provas dadas em diversos cenários de catástrofe.
A 17 de Março de 1981 foi constituída a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Ilha Graciosa, decorrendo da necessidade imperiosa que o Governo Regional em funções naquela época, sentia em criar uma estrutura que garantisse eficazmente a protecção de vidas e de bens dos Graciosenses.
O impulso inicial foi dado pelo primeiro Presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa eleito após o 25 de Abril, Senhor Gui Weber Bettencourt Louro, enquanto o Senhor Vasco Weber Santos Vasconcelos assumiu a primeira Direcção da Associação, que tinha apenas vinte sete associados.
O primeiro corpo de bombeiros, comandado pelo Senhor Manuel Santos Ataíde Bettencourt, contava com catorze efectivos, uma viatura e algum material. Era, certamente, um grupo com limitações advindas da falta de formação, próprias de um primeiro ciclo de qualquer associação do género, mas que rapidamente se adaptou às novas exigências requeridas por um corpo de bombeiros mais moderno e, como tal, mais eficiente.
Ao completarem 30 anos de existência quero desejar que os actuais Presidente da Direcção, senhor José da Cunha Bettencourt e comandante, senhor Carlos António dos Santos Melo, prossigam o trabalho em prol de uma Associação e de um corpo de bombeiros cada vez mais eficazes, a bem da Graciosa e dos Açores.
Por fim quero enaltecer o importante serviço realizado ao longo destes 30 anos pelos bombeiros voluntários, que, em prejuízo próprio, têm dedicado os seus tempos livres à Associação, na prossecução dos seus elevados objectivos, honrando sempre o lema “PARA SERVIR E DAR A VIDA”.
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