Da magna reunião do PSD-A que
ocorreu no passado fim-de-semana esperava-se muito mais. E esperava-se
sobretudo porque este partido tem legitimas ambições de chegar ao poder no
próximo escrutínio, que ocorrerá em outubro do corrente ano. No entanto quando
terminou este congresso os açorianos apenas puderam chegar a três conclusões
óbvias:
- a dra. Berta Cabral é devota do
Espírito Santo;
- Passos Coelho não sabe o
primeiro nome da dra. Berta Cabral;
-a dra. Berta Cabral quando fala
em mudança e renovação é a brincar.
A devoção que nutre pelo Espírito
Santo é de respeitar e ponto final. Agora o anúncio de que só deixará a Câmara
Municipal de Ponta Delgada depois das festas em seu louvor, deixa muitos
açorianos desconfiados relativamente a uma manobra, mais uma, de mero oportunismo
político. Foi dito que tem uma boa capacidade de trabalho e que consegue
conciliar as duas funções, autarca a tempo inteiro e candidata a presidente do
governo. Este dom da ubiquidade permite-lhe, segundo se infere das entrevistas
pós-congresso, dirigir uma autarquia e ao mesmo tempo andar de ilha em ilha em
campanha, restando ainda algum tempo para dar uns saltinhos ao estrangeiro.
Depois vem a troca do primeiro
nome da dra. Berta Cabral perpetrado pelo seu mentor, Passos Coelho. É vulgar
esquecermo-nos do último nome de pessoas amigas ou conhecidas, mas trocar o
primeiro é grave.
Por último vem a história da
renovação para a mudança. Já vi renovações mais ou menos, já vi renovações
tímidas ou renovações parciais, mas, sinceramente, nunca tinha visto uma
renovação que é uma espécie de regresso ao passado. Foi uma autêntica repescagem
de gente com mais de trinta anos de atividade política.
Esta nunca nos tinha passado pela
cabeça.
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