Terminou mais um Carnaval. Como
diz o nosso povo, “tudo o que é bom também tem o seu fim”. A esse respeito, um
conhecido folião dizia-me, do alto da sua já provecta idade, que o dia mais
triste do ano era, para ele, a quarta-feira de cinzas.
Na Ilha Graciosa o Carnaval molda
o quotidiano dos Graciosenses desde o Natal. Os afazeres do dia-a-dia são
intercalados - para além dos convívios proporcionado pelas matanças do porco,
dos dias dos amigos, das amigas, dos compadres e das comadres - pelos bailes
tradicionais que se realizam nos clubes desportivos, recreativos e filarmónicas
por toda a ilha, primeiro ao fim de semana e, na parte final desta época, praticamente
todos os dias.
O convívio e o reencontro com
amigos marcam estes momentos de alegria, mas o divertimento puro e duro é o
resultado mais visível deste período. Dá a ideia que os Graciosenses, dizem os que
nos visitam, aprenderam a dançar à saída do berço. Novos e velhos fazem jus
dessa fama e todos se empenham em dar fulgor ao Carnaval, gingando até
amanhecer ao ritmo dos acordes dos conjuntos musicais que animam os salões.
O Carnaval da Graciosa sempre foi
diferente. Na sua génese está o mote “diversão para todos”. As pessoas
deslocam-se aos clubes para assistir ao ritmo dos bailarinos e ao colorido das
fantasias mas não abdicam de participar ativamente nos longos bailes que só
esmorecem depois do nascer do dia.
Curiosamente os clubes fazem o
mesmo que fazem as famílias Graciosenses. Franqueiam as suas portas e recebem,
como ninguém, os forasteiros, fazendo tudo para que se sintam bem.
Todos os anos ouvimos os mais
pessimistas augurarem o fim do Carnaval tal como tem sido até agora. Mas todos
os anos assistimos, também, ao renovar do entusiasmo por parte das direções que
dão um brilho especial aos festejos carnavalescos, quer na decoração das salas,
nas coreografias e na elaboração das fantasias.
Este ano cumpriu-se, e bem, a
tradição. Para o ano há mais…
Sem comentários:
Enviar um comentário