Carlos César foi confirmado, em
sede da Comissão Regional, no passado sábado, na Ilha Terceira, como candidato
do Partido Socialista pelos Açores às próximas eleições nacionais.
Este era um desejo dos
socialistas e de muitos Açorianos, quer pelo prestígio que este político tem
granjeado ao longo da sua carreia política por todas as ilhas, pelas
comunidades emigrantes e mesmo no continente Português, quer pela garantia que
dá de colocar os Açores e a sua defesa em primeiro lugar.
Usando sempre a máxima “temos de
mudar senão o povo muda-nos”, Carlos César fez o seu percurso sem se deslumbrar
com o poder, ao ponto de sair por força de uma norma redigida por ele próprio
que, muito embora existissem diversas interpretações, acabou por cumprir para
que não subsistissem quaisquer dúvidas.
Se esta escolha reuniu o consenso
do partido, dos militantes e de muito simpatizantes, o que se está a passar no
PSD-Açores parece exatamente o contrário.
Estão na rua duas candidaturas a
cabeça de lista. Por um lado, Mota Amaral, e por outro, Berta Cabral. Nos
jornais já se contam espingardas para a luta que aí vem.
Como se sabe Mota Amaral não
reúne muitas simpatias por parte de Passos Coelho e companhia, pelas críticas ao
executivo que tem ensaiado ao longo deste mandato. Já Berta Cabral é vista como
uma boa embaixadora do pensamento que domina este governo.
O dramático nisto tudo é que a
escolha do cabeça de lista do PSD pelos Açores está a ser feita, pelo menos é o
que parece, pela direção nacional daquele partido, ou seja, o próprio Passos
Coelho, mandando às malvas a autonomia que aquele partido conquistou ao longo
dos 40 anos que tão efusivamente foi comemorando ao longo dos últimos meses.
Estamos, mais uma vez, perante
duas formas de exercer a autonomia.
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