Aparecer na televisão todos os
dias é uma tentação. Dar a ideia da omnipresença pode fazer bem ao ego e
transmitir a ideia de dinamismo, entrega e defesa da causa pública.
Mas há limites, impostos, mais
que não seja, pelo bom senso, que nestas coisas por vezes é bom conselheiro. Não
vale tudo por uns momentos de fama.
Tal exposição mediática, por
vezes frenética, só deveria acontecer quando se tem algo para dizer ou uma boa
nova para anunciar, porque as pessoas estão fartas de opacidades e de joguetes
feitos apenas para benefício próprio e, desculpem a expressão, maribando-se para aqueles que deveriam
ser os verdadeiros destinatários da sua ação política.
Quando se esgotam ideias há quem
se empenhe em utilizar as ideias dos outros. Foi o caso da divulgação de que o
novo envelope financeiro seria igual ao atual quadro comunitário de apoio,
anunciado como se fosse uma conquista, quando essa informação já tinha sido
disponibilizada pelo Governo dos Açores em junho de 2011. É o outro caso
recente da defesa do POSEI para os transportes, como se fosse uma ideia
original, quando a verdade é que outros já o tinham defendido no passado.
Enfim, tem-se visto de tudo,
coisas incríveis, como estas, e que configuram um vazio de imaginação. Agora,
quanto mais nos aproximamos das eleições regionais, as coisas vão-se agravando,
sem sombra de dúvida.
É ver numa ilha desta região uma
líder partidária inaugurar uma obra de um município, que não o dela, descerrando
placa e tudo. É ver, noutro concelho, que também não é o dela, a mesma líder
partidária falar num jantar de idosos pago pelo município dirigido pelo mesmo
partido.
Não estou a ver em que qualidade isso
possa ter acontecido. Se foi como líder de um partido político, é, então, porque
já não há discernimento…
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