5 de janeiro de 2012

Só para "inglês"ver


A mobilidade de pessoas e bens e o turismo interno constituem, sem dúvida, uma mais-valia para a nossa região.

No período estival quando nos abeiramos de qualquer porto dos Açores verificamos, por entre o buliço natural daqueles espaços de partida e de chegada, que muitos dos viajantes são jovens ou idosos que aproveitam os programas de mobilidade interna que foram instituídos pelo Governo Regional.

Foi esta abertura que tornou as festividades da região mais atractivas e com cartazes mais apelativos, com apostas direcionadas aos diversos públicos destinatários, nomeadamente o mais jovem.

Não consigo entender como ninguém se tenha lembrado disto mais cedo, nomeadamente aqueles que agora se dizem iluminados e a transbordar de soluções para tudo o que seja problema. Não me sai da cabeça como é que numa região arquipelágica como a nossa os governantes da altura não tenham percebido que o mar que nos separa é o mesmo que nos poderá unir. Não percebo como se pôs fim ao transporte marítimo de passageiros de forma unilateral, sem ao menos ter uma alternativa fiável.

Enfim, foram decisões que tornaram a vida dos açorianos muito mais difícil, mais isolada e de horizontes mais fechados.

Hoje em dia, esquecidas que estão estas falhas de governação que nos custaram muito caro, veem-se e leem-se afirmações que tentam branquear o passado, como se tivéssemos memória curta.

É difícil acreditar nas pessoas que estiveram no governo no passado e foram os responsáveis pela estatização da economia dos Açores e pela liquidação do serviço público de transportes marítimos de passageiros, venham agora, de mansinho, defender a iniciativa privada e a criação de uma região económica.

Nos tempos em que o PSD dirigiu esta região a população ativa era mais reduzida e existiam muito menos empresas. Em 1996 tínhamos para cada dois funcionários públicos três na privada. Agora essa relação é de cinco empregados na privada para dois funcionários públicos. Por aqui se vê a diferença.

Chega-se assim à conclusão que estas parangonas são apenas fogachos políticos de baixo teor de credibilidade.

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