A mobilidade de pessoas e bens e
o turismo interno constituem, sem dúvida, uma mais-valia para a nossa região.
No período estival quando nos
abeiramos de qualquer porto dos Açores verificamos, por entre o buliço natural
daqueles espaços de partida e de chegada, que muitos dos viajantes são jovens
ou idosos que aproveitam os programas de mobilidade interna que foram
instituídos pelo Governo Regional.
Foi esta abertura que tornou as
festividades da região mais atractivas e com cartazes mais apelativos, com apostas
direcionadas aos diversos públicos destinatários, nomeadamente o mais jovem.
Não consigo entender como ninguém
se tenha lembrado disto mais cedo, nomeadamente aqueles que agora se dizem
iluminados e a transbordar de soluções para tudo o que seja problema. Não me
sai da cabeça como é que numa região arquipelágica como a nossa os governantes
da altura não tenham percebido que o mar que nos separa é o mesmo que nos
poderá unir. Não percebo como se pôs fim ao transporte marítimo de passageiros
de forma unilateral, sem ao menos ter uma alternativa fiável.
Enfim, foram decisões que
tornaram a vida dos açorianos muito mais difícil, mais isolada e de horizontes
mais fechados.
Hoje em dia, esquecidas que estão
estas falhas de governação que nos custaram muito caro, veem-se e leem-se
afirmações que tentam branquear o passado, como se tivéssemos memória curta.
É difícil acreditar nas pessoas
que estiveram no governo no passado e foram os responsáveis pela estatização da
economia dos Açores e pela liquidação do serviço público de transportes
marítimos de passageiros, venham agora, de mansinho, defender a iniciativa
privada e a criação de uma região económica.
Nos tempos em que o PSD dirigiu
esta região a população ativa era mais reduzida e existiam muito menos
empresas. Em 1996 tínhamos para cada dois funcionários públicos três na
privada. Agora essa relação é de cinco empregados na privada para dois
funcionários públicos. Por aqui se vê a diferença.
Chega-se assim à conclusão que
estas parangonas são apenas fogachos políticos de baixo teor de credibilidade.
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