Na passada semana ficamos a saber
que o desemprego nos Açores se situava nos 15,1 %, valor mais alto do que o
registado no conjunto do país.
Logo tivemos quem se apressasse a
atacar o Governo Regional dos Açores acusando-o de não ter conseguido estancar
este drama que afeta muitos Açorianos, sobretudo o mais os jovens. Basta
folhear os jornais e logo se veem os títulos garrafais de crónicas dos
comentadores políticos dizendo isso mesmo.
Esta reação era esperada. Ainda
recentemente vimos caras com ares de consternação apenas pelo facto de na Região
Autónoma dos Açores não ser encontrado um “buraquinho” nas contas públicas que
fizesse render alguns votos. Agora o desemprego também é usado como arma de
arremesso. Infelizmente alguma oposição funciona assim, tipo, quanto pior,
melhor.
Fala-se muito dos jovens na busca
de emprego, como se isto fosse um dado novo. As coisas não mudaram muito para
os jovens, mas existem diferenças que importa revelar. Todos têm acesso ao
ensino superior e quando isso não acontece existe uma enorme oferta de cursos
técnico profissionais, que os qualificam e abrem portas ao mercado de trabalho.
Quando acabam a licenciatura tem acesso a um primeiro contato com esse mercado
através dos programas Estagiar, que, curiosamente, tem colocado muitos dos
estagiários nas empresas onde cumpriram esse programa. Hoje qualquer jovem
licenciado ou com formação profissional tem acesso a programas de
empreendedorismo ou de criação do auto emprego.
Este flagelo do desemprego, usado
indevidamente para caçar uns votos aqui e outros ali, tem afetado as regiões
ultraperiféricas da Europa de uma maneira assustadora.
Nas diversas crónicas feitas por
gente da oposição, nunca vi referências que remetessem o aumento do desemprego para
a diminuição drástica do consumo, a redução do investimento, ou a falta de
liquidez da banca para alavancar a economia, situações criadas pelo Governo Central
que se orgulha, todos os dias, de, em matéria de cortes, ir muito mais além do
que exige a troika.
Pela via das dificuldades de
acesso ao crédito houve uma redução enorme da atividade no setor construção
civil. O aumento brutal dos impostos fez diminuir drasticamente o rendimento
das famílias, afetando o consumo e por isso o setor de comércio e serviços registou
uma quebra sem precedentes. É por esse facto que todos os dias trabalhadores do
comércio ou da construção civil engrossam os números de desempregados e isso
deve-se às políticas desacertadas impostas pelo Governo da República, como
facilmente se depreende.
O Governo Regional se não tivesse
executado um Plano Regional de Emprego, se não tivesse criado mais de 21 mil
novos empregos em 10 anos, se não criasse programas para empregabilidade para
mulheres e jovens, se não apostasse na formação profissional e se não
consolidasse o tecido empresarial, certamente que agora o problema do
desemprego teria contornos muito mais graves.
E mais. O Governo Regional,
enquanto esta conjuntura externa adversa atingia os Açores, tratou de minimizar
os estragos, atacando o problema em várias frentes, nas empresas e nas
famílias, passando pela agricultura e pescas e criando o Programa para a Promoção
do Emprego e Competitividade para uma resposta imediata.
Uns, aproveitando a boleia desta conjuntura
nacional e internacional desfavorável, tentam, desesperadamente, colar os seus
efeitos nefastos ao Governo Regional sem apresentar uma única proposta para
alterar esta situação, enquanto outros, por entre as dificuldades impostas,
respondem aos problemas que assolam os Açores e Açorianos com confiança e
determinação.
1 comentário:
A típica política do dizer que se fez e não se fez, muito elaborada a ver se desvia a água do capote.A culpabilização do governo da república, já é velha e pensava que já tinha sido abandonada, todos os açorianos já perceberam que a situação nacional foi criada pelo Sócrates e que este agora não tem outro remédio senão tapar os buracos na esperança de se voltar a conseguir lançar portugal.Quanto ao desemprego, 16 anos no poder, não foi culpa de mais ninguém, não foi do governo da república, não foi dos americanos nem dos chineses, foi do governo regional dos Açores e a conjuntura que levou a tal, já é bem conhecida, não se tape o sol com a peneira, os açorianos são cada vez mais instruídos como diz e cada vez menos vão nestas conversas.
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