Berta Cabral veio a público regozijar-se
da boa situação financeira da “sua” Câmara Municipal, com base num ranking
saído no Anuário Financeiro dos Municípios. Que era bem gerida, que estava de perfeita
saúde, que tinha um dos menores endividamentos per capita, que se encontrava entre as melhores do país e sei lá o
que mais. Só coisas boas.
No dia da entrevista, onde essa
revelação inusitada foi feita, notei grande candura na postura da presidente da
Câmara de Ponta Delgada, o que, sinceramente, fez-me lembrar que quando a
esmola é grande até o santo desconfia.
Pouco depois os Açorianos vieram
a saber que houve um engano e que afinal não era bem assim, antes pelo
contrário. A Câmara de Ponta Delgada não estava entre as melhores 50,
infelizmente. O endividamento por munícipe afinal era o dobro da que se
encontrava em 50º lugar desse ranking, o que atira aquele município, afinal,
para as calendas gregas da tal
listagem, num lugar nada honroso.
Até o professor Marcelo Rebelo de
Sousa, comentador domingueiro, ficou inebriado com a prestação da sua
companheira de partido, que, depois, veio a verificar-se, tratar-se de um flop nunca desmentido, apenas porque
dava jeito.
Foi com estupefação que
assistimos ao silêncio depois de tamanho engano com se isso fosse de somenos
importância. Os Açorianos não merecem este tipo de comportamento branqueador.
Se foi por a dra. Berta Cabral ignorar
a verdadeira situação financeira da sua edilidade, é grave, mas se foi uma ação
premeditada então trata-se de um ato inqualificável e impróprio para quem tem
ambições políticas.
Nestas coisas a verdade vem
sempre ao de cima, diz o nosso sábio povo. Descobre-se o logro e cai a máscara,
digo eu.
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