Quis o PSD – Açores levar ao
Plenário da Assembleia Legislativa uma interpelação ao Governo Regional sobre o
setor do turismo na Região Autónoma dos Açores.
Estranha-se, no entanto, que para
um partido que critica tanto a política de turismo do Governo Regional dos
Açores, apenas agora tenha trazido este tema à baila para debate.
Terá sido por acaso? Claro que
não. Cedo se percebeu que esta figura regimental foi aproveitada pelo partido
proponente para atacar e tentar diminuir o Secretário Regional da Economia que,
como se sabe, é o candidato do Partido Socialista a Presidente do próximo
Governo dos Açores que sairá das próximas eleições regionais que ocorrerão em outubro
próximo.
Mas penso que este gesto terá
saído como mais um tiro no pé. E têm sido tantos, ultimamente, que até já lhes perdi
a conta.
Um partido como o PSD, que já
governou esta região duas décadas, não se poderá proteger das responsabilidades
que tem, agora que se encontra na oposição.
É preciso lembrar – e temos de
fazê-lo agora com mais acuidade porque neste período pré-eleitoral algumas
pessoas revelam sintomas agudos de memória curta – que o PSD deteve o poder
durante muitos anos e, nessa altura, enjeitou a oportunidade desta região se
afirmar no turismo.
Naqueles tempos não se
construíram hotéis porque não tínhamos turistas, mas também é verdade que não
tínhamos turistas porque não tínhamos hotéis. E vivíamos assim, enredados nesta
teia imobilizadora que nos atirou para uma situação dramática.
Apesar disto o PSD chegou a ter
um Secretário Regional do Turismo, imagine-se. Aos Açores não vinham turistas,
nos Açores não existiam estabelecimentos hoteleiros, mas, mesmo assim, o PSD tinha um gabinete completo para tratar
de uma pasta que, na prática, não existia. Isto não é para qualquer um…
Foi assim que o Partido
Socialista encontrou os Açores em 1996. Estava tudo por fazer e em todas as
ilhas.
Foi preciso dinamizar a
iniciativa privada, apostar na construção de hotéis de qualidade, promover o
destino, ao mesmo tempo que se qualificava a restauração. Nalgumas ilhas, como
é o caso da Graciosa, o Governo substituiu, e muito bem, a iniciativa privada
na construção de empreendimentos quando o empresariado se mostrava sem
capacidade financeira para o fazer.
Os resultados estão bem à vista
de todos e só não vê quem não quer. O número de turistas aumentou
exponencialmente, aumentando o número de trabalhadores neste setor, tal como
aumentou o rendimento desta atividade, contributos importantes para o
crescimento do Produto Interno Bruto da Região Autónoma dos Açores.
Passamos do oito ao oitenta. Foi
uma tarefa hercúlea, que orgulha, e em muito, os Governos do Partido
Socialista.
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