Partilho da opinião de que as
petições públicas são um instrumento importante nas sociedades modernas.
Qualquer cidadão ou grupos de cidadãos podem, por esta via, invocar a atenção
dos poderes públicos para uma situação ou uma questão tida como pertinente por
parte de quem subscreve.
Esta é uma das grandes conquistas
plasmadas nos documentos fundamentais, a Constituição Portuguesa e o Estatuto
Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores.
Curiosamente têm surgido
ultimamente muitas petições, o que faz denotar a maturidade da democracia e a
participação dos cidadãos nas decisões sobre políticas que afetam a sua ilha, a
sua região ou o seu país.
Recentemente surgiram nos
noticiários duas petições, que chamaram a atenção por serem inusitadas, na minha
opinião meramente pessoal. Uma destina-se à destituição do Presidente da
Republica e outra à antecipação das Eleições Regionais.
O Dr. Cavaco Silva foi eleito em
janeiro de 2011 com 53,14% dos votos expressos e, por isso, quer se concorde ou
não com ele, está a ocupar um cargo com a legitimidade que tão larga maioria
lhe deu nas urnas.
Nas Eleições Regionais de 2008 o
Partido Socialista venceu com 49,92% dos votos expressos, atingindo uma nova
maioria absoluta indiscutível que lhe garantiu a governação por mais estes
quatro anos.
O povo, convocado a decidir, foi
muito claro e escolheu quem queria para Presidente da República e antes, em
2008, apurou o partido que lhe dava mais garantias para dirigir os Açores.
Num e noutro caso o povo vai ser
chamado novamente a decidir e é nesse contexto que fará o julgamento e não de
outra forma, mesmo que desse mais jeito a este ou a aquele partido.
Alterar as regras parece-me a
subversão da democracia, porquanto foi esta democracia, com as virtudes e os
defeitos que encerra, que proporcionou a prerrogativa dos cidadãos utilizarem esta
figura de participação cívica. Não a desvirtuemos.
1 comentário:
A democracia não pode ser um argumento para quando dá jeito. Bem dito !
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