Confesso que não estive particularmente
atento ao que se passou no congresso do PSD, mas, inevitavelmente, acabei por
ouvir algumas intervenções, pois as televisões, nestes momentos altos da vida
dos partidos, trazem até às nossas salas tudo o que se passa nessas reuniões
magnas, com direito a repetições devidamente acompanhadas pelos comentários dos
especialistas na matéria.
Uma dessas intervenções foi a
líder do PSD-Açores, porque ela é, no fundo, candidata à chefia do governo dos Açores
e como tal é preciso perceber o que diz, o que pensa e o que pretende, muito embora,
por vezes, seja difícil encontrar coerência entre o que diz e o que faz ou fez.
Mesmo os apoiantes do PSD-Açores
deviam estar à espera de um momento de afirmação da estratégia política, para
levar os Açores para frente. Esperava-se a definição clara de políticas a
aplicar caso vença as próximas eleições, mas o que se ouviu foi mais do mesmo e
nada de novo. Umas ideias aqui e outras ali, algumas redundâncias, mas sem uma
linha condutora programática fiável, que fizesse acalmar as suas próprias hostes
que já desesperam por posições mais concretas.
Percebemos, nessa intervenção,
que a líder do PSD-Açores receia a dureza negocial do primeiro-ministro.
Ouvimos a vontade de fazer descer as tarifas aéreas, só não soubemos ,como, nem
ouvimos a justificação porque, quando foi Diretora Regional dos Transportes,
presidente da SATA ou Secretária Regional das Finanças, as passagens aéreas
eram, mesmo assim, mais caras do que agora, apesar do petróleo ser seis vezes
mais barato. Definiu-se também como uma grande lutadora nas disputas eleitorais
passadas e aí só me veio à memória as autárquicas de 2009, onde os resultados
dos Açores, para a líder do PSD, resumiam-se a Ponta Delgada. O resto era com
os outros, os derrotados.
Como se vê é muito pouco. Esperava-se,
sinceramente, muito mais neste congresso da líder do PSD-Açores. Vamos ter de
aguardar por uma próxima oportunidade.
O sol já ia alto quando a vigia
do Pico Negro dá o sinal de baleia à vista e passa de imediato a informação ao
seu colega do Monte da Ajuda. Este agarra no foguete, apressa-se para o
exterior chegando a brasa do cigarro à pólvora que fez o foguete subir e
disferir, com estrondo, um forte sinal ouvido em toda a freguesia. Era esta a
indicação que muitos esperavam para, numa correria louca, se porem o mais
rápido possível junto do seu bote, na Barra ou na Calheta para começar mais um
dia de caça ao cachalote.
O Rodrigues era um homem alto e
forte. Sustentava a sua família com a baleação e complementava o rendimento com
proveitos advindos do mergulho. Era trancador, porventura o posto mais difícil nas
companhas pois é ele que, por força da sua função, estava mais perto do
imprevisível cachalote e era da sua perícia que dependia o sustento dos
restantes tripulantes.
Em reação ao sinal o Rodrigues foi
até sua casa na rua das Violas, agarrou apressadamente no farnel e, de calças
arregaçadas, correu até à Barra onde descalçou e arriou o bote com a ajuda dos
seus colegas que, entretanto, foram chegando.
O bote Cristovão Manuel, já com o
mestre José Vieira Goulart ao leme e à força dos remadores rumou até meio da
baía para aí ser apanhado e rebocado pela Estefânia Correia, pois não havia
tempo a perder. O mesmo terá acontecido com o bote saído da Calheta, que se pôs
a jeito de ser apanhado pela Estefânia no rumo entre a Barra e o local onde o
cachalote tinha sido avistado, lá para os lados do Pico Negro.
Havia uma sinalética própria
desta atividade, num jogo de bandeiras que anunciavam se já existia baleia
trancada ou mesmo morta. Nesse dia nada tinha sido indicado, pelo que se previa
um calmo regresso a casa, muito embora de mãos a abanar.
Mas não foi isso que aconteceu,
infelizmente.
Já passava das oito horas da
noite quando me apercebi do exagerado movimento na minha rua, que era a mesma
do Hospital.
A eletricidade ainda estava ligada
mas lá fora imaginava uma noite de trevas. Ouviam-se vozes apressadas, ruído de
automóveis e, depois, o choro de mulheres que subiam a rua. Algo não estava bem.
Meu pai resolveu sair para saber
o que se passava, enquanto nós, eu e a minha mãe, esperávamos ansiosamente por explicações
sobre o que estava a acontecer. Sim - disse meu pai no regresso - era mesmo
grave. Tinha havido um acidente na caça à baleia e já existiam mortos e alguns
desaparecidos.
Ficamos a tentar imaginar o que
poderia ter sucedido, enquanto as horas passavam vagarosamente. As perguntas
surgiam às catadupas e as respostas tardavam. O que poderia ter corrido mal?
Com o alvorecer e depois de uma
noite em branco repleta de pensamentos sombrios e a imaginar o sofrimento
daqueles que tinham familiares nas embarcações envolvidas, vieram as primeiras
explicações.
Depois da faina a lancha Estefânia
Correia fez o reboque dos botes baleeiros de regresso aos portos, tal como o
fizera em muitas outras ocasiões. Deixou o primeiro na Calheta e trouxe o Cristovão
Manuel até à Barra onde era varado normalmente.
Começava a escurecer e, por isso,
a entrada na Barra não era fácil, muito embora a existência de dois pontos de
luz, alimentados a petróleo, davam a indicação precisa do enfiamento correto
para entrar de uma forma segura.
A manobra não terá corrido como
se esperava. O Cristovão Manuel, empurrado pela onda na carreira da Barra, terá
ultrapassado a Estefânia Correia. O mestre José Vieira Goulart, oficial do
bote, prevendo o desfecho, ainda tentou a todo o custo aguentar o leme em
direção a terra, mantendo o bote na esteira da onda. Não dava tempo, era
preciso cortar o cabo. Correu por cima dos bancos de machado em punho, mas era
tarde demais. O cabo esticou e o bote voltou-se com os seus sete tripulantes a
bordo. Não é difícil imaginar o pânico daqueles homens que, embora habituados
às condições adversas do mar que lhes dava o pão, terão sido apanhados de
surpresa, no início daquela noite de novembro de 1967. Temendo serem atingidos
pela lancha que circulava às voltas procurando sobreviventes e enredados na
palamenta do bote baleeiro constituída por remos, pás, velas, mastros, selhas,
cabos e ainda desorientados por não enxergarem a ilha que lhes poderia trazer a
salvação, estes homens lutaram até à exaustão, constando mesmo que alguns,
desesperadamente, terão nadado em direção oposta à da terra até ao limite das
suas forças.
Morreram o mestre José Vieira
Goulart (oficial do bote), Arnaldo de Sousa, Izalino Nunes, Gabriel Machado,
Albino Horta e José Soares. Sobreviveu o Firmínio Rodrigues Picanço, aquele
que, afinal, estava sempre mais perto do perigo. A sua destreza dentro de água
ditada pelos anos de experiência como mergulhador e a frieza com que encarou o
sinistro terão sido cruciais para escapar ao destino dos companheiros.
O ano de 1967 ficará indelevelmente
marcado na nossa memória coletiva por este desastre.
Quis o PSD – Açores levar ao
Plenário da Assembleia Legislativa uma interpelação ao Governo Regional sobre o
setor do turismo na Região Autónoma dos Açores.
Estranha-se, no entanto, que para
um partido que critica tanto a política de turismo do Governo Regional dos
Açores, apenas agora tenha trazido este tema à baila para debate.
Terá sido por acaso? Claro que
não. Cedo se percebeu que esta figura regimental foi aproveitada pelo partido
proponente para atacar e tentar diminuir o Secretário Regional da Economia que,
como se sabe, é o candidato do Partido Socialista a Presidente do próximo
Governo dos Açores que sairá das próximas eleições regionais que ocorrerão em outubro
próximo.
Mas penso que este gesto terá
saído como mais um tiro no pé. E têm sido tantos, ultimamente, que até já lhes perdi
a conta.
Um partido como o PSD, que já
governou esta região duas décadas, não se poderá proteger das responsabilidades
que tem, agora que se encontra na oposição.
É preciso lembrar – e temos de
fazê-lo agora com mais acuidade porque neste período pré-eleitoral algumas
pessoas revelam sintomas agudos de memória curta – que o PSD deteve o poder
durante muitos anos e, nessa altura, enjeitou a oportunidade desta região se
afirmar no turismo.
Naqueles tempos não se
construíram hotéis porque não tínhamos turistas, mas também é verdade que não
tínhamos turistas porque não tínhamos hotéis. E vivíamos assim, enredados nesta
teia imobilizadora que nos atirou para uma situação dramática.
Apesar disto o PSD chegou a ter
um Secretário Regional do Turismo, imagine-se. Aos Açores não vinham turistas,
nos Açores não existiam estabelecimentos hoteleiros, mas, mesmo assim, o PSD tinha um gabinete completo para tratar
de uma pasta que, na prática, não existia. Isto não é para qualquer um…
Foi assim que o Partido
Socialista encontrou os Açores em 1996. Estava tudo por fazer e em todas as
ilhas.
Foi preciso dinamizar a
iniciativa privada, apostar na construção de hotéis de qualidade, promover o
destino, ao mesmo tempo que se qualificava a restauração. Nalgumas ilhas, como
é o caso da Graciosa, o Governo substituiu, e muito bem, a iniciativa privada
na construção de empreendimentos quando o empresariado se mostrava sem
capacidade financeira para o fazer.
Os resultados estão bem à vista
de todos e só não vê quem não quer. O número de turistas aumentou
exponencialmente, aumentando o número de trabalhadores neste setor, tal como
aumentou o rendimento desta atividade, contributos importantes para o
crescimento do Produto Interno Bruto da Região Autónoma dos Açores.
Passamos do oito ao oitenta. Foi
uma tarefa hercúlea, que orgulha, e em muito, os Governos do Partido
Socialista.
Berta Cabral veio a público regozijar-se
da boa situação financeira da “sua” Câmara Municipal, com base num ranking
saído no Anuário Financeiro dos Municípios. Que era bem gerida, que estava de perfeita
saúde, que tinha um dos menores endividamentos per capita, que se encontrava entre as melhores do país e sei lá o
que mais. Só coisas boas.
No dia da entrevista, onde essa
revelação inusitada foi feita, notei grande candura na postura da presidente da
Câmara de Ponta Delgada, o que, sinceramente, fez-me lembrar que quando a
esmola é grande até o santo desconfia.
Pouco depois os Açorianos vieram
a saber que houve um engano e que afinal não era bem assim, antes pelo
contrário. A Câmara de Ponta Delgada não estava entre as melhores 50,
infelizmente. O endividamento por munícipe afinal era o dobro da que se
encontrava em 50º lugar desse ranking, o que atira aquele município, afinal,
para as calendas gregas da tal
listagem, num lugar nada honroso.
Até o professor Marcelo Rebelo de
Sousa, comentador domingueiro, ficou inebriado com a prestação da sua
companheira de partido, que, depois, veio a verificar-se, tratar-se de um flop nunca desmentido, apenas porque
dava jeito.
Foi com estupefação que
assistimos ao silêncio depois de tamanho engano com se isso fosse de somenos
importância. Os Açorianos não merecem este tipo de comportamento branqueador.
Se foi por a dra. Berta Cabral ignorar
a verdadeira situação financeira da sua edilidade, é grave, mas se foi uma ação
premeditada então trata-se de um ato inqualificável e impróprio para quem tem
ambições políticas.
Nestas coisas a verdade vem
sempre ao de cima, diz o nosso sábio povo. Descobre-se o logro e cai a máscara,
digo eu.
Era na sua tenda situada na rua
Serpa Pinto, por baixo do granel do senhor Francisco Barcelos, que estava
sempre. De avental marcado por nódoas das tintas que usava, permanecia invariavelmente
sentado de corpo curvado atrás da sua banca de trabalho, repleta de utensílios
próprios da profissão. Passava horas seguidas, agarrado aos sapatos, moldando
as solas, cozendo ou polindo, rodeado pelas suas ferramentas espalhadas pela
banca, sempre ao alcance das suas necessidades. E sapatos, muitos sapatos,
depositados num recanto da tenda esperando a sua vez para merecerem os cuidados
deste artífice.
Este era o sapateiro a quem a
minha família entregava os sapatos para as devidas reparações. Normalmente calhava-me
a mim levar os ditos em mau estado, quase sempre de biqueira aberta devido às
jogatanas no campo de S. Francisco, mais conhecido pelo campo da Rata, ou então
de sola gasta pelo uso intensivo, para os ir buscar uns dias depois já como
novos, prontos para mais uma temporada.
A tenda do senhor Edmundo, como
era conhecida a sua oficina, funcionava, também, como ponto de encontro de
muitos Graciosenses.
O chão era de cimento frio, que
contrastava com o calor humano que reinava naquele espaço. Nas paredes viam-se
alguns cartazes amarelados pelo tempo. Tinha um banco corrido num dos lados
onde se sentavam todos aqueles que procuravam saber as novas, que, naquele tempo
demoravam a chegar, trazidas pelos frequentadores e clientes que eram também os
seus amigos. Num dos cantos ficava uma cadeira de vimes, mais confortável, que
estava informalmente reservada ao Dr. Gregório ou ao Comandante Silveira, duas
figuras de referência que não dispensavam uma presença diária naquele espaço.
Por ali passavam médicos, comerciantes, sacerdotes, estudantes, carteiros,
professores, etc.. Uma amálgama de gente que refletia a sociedade Graciosense.
Antes da revolução dos cravos era
ali que se discutiam intensamente os assuntos que estavam na berra. Era ali que
chegavam outras maneiras de ver o mundo, porque muitos dos frequentadores
ouviam rádios não controlados pelo antigo regime e por aí sabiam a verdade, nua
e crua, sobre o que se passava no nosso país e no mundo. Era ali que se abordavam
os assuntos políticos, mais ou menos em surdina.
Acredito piamente que aquele
espaço deve ter merecido a atenção da polícia política, pois muito do que lá se
dizia, comentava e discutia, não era, de todo, bem visto pelo regime da altura.
Depois de Abril, com o advento
das comunicações e da televisão o nosso mundo mudou, mudaram também o país, a
região e a nossa ilha, mas a tenda do senhor Edmundo manteve-se inalterável.
Era um local de culto para os seus frequentadores que continuaram a abordagem
dos mesmos temas, só que de maneira mais desassombrada. Era o valor da
liberdade.
O senhor Edmundo tocou trombone
anos a fio na Filarmónica Recreio dos Artistas e terá pertencido aos seus
corpos sociais, dando, assim, um contributo para a cultura Graciosense. Era um
pescador de calhau exímio e, diz quem o conheceu, fazia uma caldeira muito
apreciada pelos amigos. Estava sempre pronto para pregar umas partidas aos mais
incautos que por ali passavam.
Apesar da modéstia e humildade o
senhor Edmundo era um homem culto e que cultivava a verdadeira amizade.
Partilho da opinião de que as
petições públicas são um instrumento importante nas sociedades modernas.
Qualquer cidadão ou grupos de cidadãos podem, por esta via, invocar a atenção
dos poderes públicos para uma situação ou uma questão tida como pertinente por
parte de quem subscreve.
Esta é uma das grandes conquistas
plasmadas nos documentos fundamentais, a Constituição Portuguesa e o Estatuto
Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores.
Curiosamente têm surgido
ultimamente muitas petições, o que faz denotar a maturidade da democracia e a
participação dos cidadãos nas decisões sobre políticas que afetam a sua ilha, a
sua região ou o seu país.
Recentemente surgiram nos
noticiários duas petições, que chamaram a atenção por serem inusitadas, na minha
opinião meramente pessoal. Uma destina-se à destituição do Presidente da
Republica e outra à antecipação das Eleições Regionais.
O Dr. Cavaco Silva foi eleito em
janeiro de 2011 com 53,14% dos votos expressos e, por isso, quer se concorde ou
não com ele, está a ocupar um cargo com a legitimidade que tão larga maioria
lhe deu nas urnas.
Nas Eleições Regionais de 2008 o
Partido Socialista venceu com 49,92% dos votos expressos, atingindo uma nova
maioria absoluta indiscutível que lhe garantiu a governação por mais estes
quatro anos.
O povo, convocado a decidir, foi
muito claro e escolheu quem queria para Presidente da República e antes, em
2008, apurou o partido que lhe dava mais garantias para dirigir os Açores.
Num e noutro caso o povo vai ser
chamado novamente a decidir e é nesse contexto que fará o julgamento e não de
outra forma, mesmo que desse mais jeito a este ou a aquele partido.
Alterar as regras parece-me a
subversão da democracia, porquanto foi esta democracia, com as virtudes e os
defeitos que encerra, que proporcionou a prerrogativa dos cidadãos utilizarem esta
figura de participação cívica. Não a desvirtuemos.
Na passada semana ficamos a saber
que o desemprego nos Açores se situava nos 15,1 %, valor mais alto do que o
registado no conjunto do país.
Logo tivemos quem se apressasse a
atacar o Governo Regional dos Açores acusando-o de não ter conseguido estancar
este drama que afeta muitos Açorianos, sobretudo o mais os jovens. Basta
folhear os jornais e logo se veem os títulos garrafais de crónicas dos
comentadores políticos dizendo isso mesmo.
Esta reação era esperada. Ainda
recentemente vimos caras com ares de consternação apenas pelo facto de na Região
Autónoma dos Açores não ser encontrado um “buraquinho” nas contas públicas que
fizesse render alguns votos. Agora o desemprego também é usado como arma de
arremesso. Infelizmente alguma oposição funciona assim, tipo, quanto pior,
melhor.
Fala-se muito dos jovens na busca
de emprego, como se isto fosse um dado novo. As coisas não mudaram muito para
os jovens, mas existem diferenças que importa revelar. Todos têm acesso ao
ensino superior e quando isso não acontece existe uma enorme oferta de cursos
técnico profissionais, que os qualificam e abrem portas ao mercado de trabalho.
Quando acabam a licenciatura tem acesso a um primeiro contato com esse mercado
através dos programas Estagiar, que, curiosamente, tem colocado muitos dos
estagiários nas empresas onde cumpriram esse programa. Hoje qualquer jovem
licenciado ou com formação profissional tem acesso a programas de
empreendedorismo ou de criação do auto emprego.
Este flagelo do desemprego, usado
indevidamente para caçar uns votos aqui e outros ali, tem afetado as regiões
ultraperiféricas da Europa de uma maneira assustadora.
Nas diversas crónicas feitas por
gente da oposição, nunca vi referências que remetessem o aumento do desemprego para
a diminuição drástica do consumo, a redução do investimento, ou a falta de
liquidez da banca para alavancar a economia, situações criadas pelo Governo Central
que se orgulha, todos os dias, de, em matéria de cortes, ir muito mais além do
que exige a troika.
Pela via das dificuldades de
acesso ao crédito houve uma redução enorme da atividade no setor construção
civil. O aumento brutal dos impostos fez diminuir drasticamente o rendimento
das famílias, afetando o consumo e por isso o setor de comércio e serviços registou
uma quebra sem precedentes. É por esse facto que todos os dias trabalhadores do
comércio ou da construção civil engrossam os números de desempregados e isso
deve-se às políticas desacertadas impostas pelo Governo da República, como
facilmente se depreende.
O Governo Regional se não tivesse
executado um Plano Regional de Emprego, se não tivesse criado mais de 21 mil
novos empregos em 10 anos, se não criasse programas para empregabilidade para
mulheres e jovens, se não apostasse na formação profissional e se não
consolidasse o tecido empresarial, certamente que agora o problema do
desemprego teria contornos muito mais graves.
E mais. O Governo Regional,
enquanto esta conjuntura externa adversa atingia os Açores, tratou de minimizar
os estragos, atacando o problema em várias frentes, nas empresas e nas
famílias, passando pela agricultura e pescas e criando o Programa para a Promoção
do Emprego e Competitividade para uma resposta imediata.
Uns, aproveitando a boleia desta conjuntura
nacional e internacional desfavorável, tentam, desesperadamente, colar os seus
efeitos nefastos ao Governo Regional sem apresentar uma única proposta para
alterar esta situação, enquanto outros, por entre as dificuldades impostas,
respondem aos problemas que assolam os Açores e Açorianos com confiança e
determinação.