29 de novembro de 2011

Marina da Barra


Hoje, no Plenário da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores o Secretário Regional da Economia anunciou o lançamento da obra da Marina da Barra em 2012.

Na sua intervenção Vasco Cordeiro disse:

“Por outro lado, um outro desígnio que sai reforçado no Plano de Investimentos para 2012 é o do trabalho de qualificação da nossa oferta e dos nossos produtos turísticos.

É nesse objectivo que se inserem obras que avançarão em 2012 como sejam, no âmbito do reforço da oferta da Região na área do turismo náutico, a construção da Marina da Barra da Graciosa, cujo concurso público lançaremos ainda durante a corrente legislatura, ou, na área do Turismo de Saúde e Bem Estar, o apoio ao projecto privado de reactivação das obras das Termas do Varadouro, aqui na ilha do Faial.”

Esta é uma boa notícia para todos os Graciosenses.


24 de novembro de 2011

Reconhecer


Há pessoas assim. Depois de anos de labuta, chegam à idade de merecidamente gozarem a aposentação e continuam sensatos e capazes de avaliar o resultado do seu trabalho com humildade, cientes dos muitos sucessos e também com a capacidade de reconhecer aquilo que eventualmente terá corrido menos bem.

O Dr. Joaquim Ferreira da Silva é, sem dúvida, uma dessas pessoas. O seu feitio apaziguador fê-lo cumprir a sua missão, tratando novos e velhos, ricos e pobres, sempre com igual dedicação, demonstrando a mesma disponibilidade para com todos aqueles que dele precisavam. E quando, mais tarde, foi chamado a cumprir funções de chefia, empenhou-se de alma e coração naquilo que entendia ser a função do Centro de Saúde da Graciosa e a política do Serviço Regional de Saúde, zelando pelo alto interesse das nossas gentes, sem se importar com cargos, honrarias ou estatuto.

A vida de médico numa pequena ilha com poucos recursos não deve ser nada fácil. Decidir se evacua ou não um doente, se a gravidade justifica a transferência para um especialista ou não, tudo isto sem os modernos dispositivos de apoio que existem nos hospitais centrais, são acções que um médico que desempenha as suas funções em comunidades mais isoladas tem de tomar diariamente, muitas das vezes de um modo solitário, o que agrava a responsabilidade.

Alguns não conseguiram viver com o peso dessa responsabilidade. Não foi o caso do Dr. Ferreira. Aguentou estoicamente estes 30 anos ao serviço dos Graciosenses, sem nunca vacilar e sem pedir nada em troca.

A gratidão não se exige, antes pelo contrário, conquista-se. Foi isso que aconteceu ao Dr. Ferreira. Ao longo destes anos, sem subserviências, soube conquistar o coração dos Graciosenses sem tão pouco saber que o fazia.

Foi um trajecto notável testemunhado pelos habitantes desta ilha que sabem reconhecer aqueles que lhes querem bem.

17 de novembro de 2011

Estar contra porque sim


É sabido que a actual Câmara Municipal sempre teve intenção de rever o Plano Director Municipal (PDM) em vigor, que, como todos os Graciosenses sabem, levou mais de 14 anos a ser concretizado, tendo, inclusivamente, posto em risco, em determinado momento, o recurso aos fundos comunitários pela edilidade, por tão tardio que foi. Estará desactualizado, com lacunas e, certamente, com necessidade de acertos diversos.

Como também é do conhecimento geral a Câmara Municipal iniciou esse processo em Janeiro passado, justificando esse procedimento com a necessidade de corrigir algumas situações pouco claras e também colocar este instrumento do ordenamento do território num plano mais coerente e mais consentâneo com as necessidades dos habitantes deste concelho. O PDM não pode ser um mecanismo para complicar. É imperioso ordenar e disciplinar mas sempre com o intuito de melhorar a vida das pessoas, em harmonia com o ambiente e com o sector produtivo. Só assim faz sentido.

Por ser um processo moroso por ter, nomeadamente, muitas condicionantes que tornam a alteração complexa, a Câmara Municipal, na passada semana, apresentou uma proposta de suspensão parcial e temporária do PDM em sede de Assembleia Municipal de Santa Cruz da Graciosa para discussão e eventual aprovação.

Essa suspensão visava resolver algumas situações pendentes, nomeadamente na ocupação dos espaços destinados à agricultura, admitindo que aos agricultores seja permitido construir edificações de apoio em zonas agrícolas de baixo aproveitamento, libertando as mais férteis para a produção, podendo, ao mesmo tempo recorrer aos fundos comunitários que, como se sabe, constituem uma ajuda importante para a modernização do sector.

O PSD, que detém a maioria na Assembleia Municipal, votou contra e, como tal, inviabilizou a suspensão parcial do PDM, alegando que está apenas a favor da alteração, como que se uma inviabilizasse a outra. Ora, isso não é verdade, porque, independentemente desta proposta de suspensão, o processo de alteração decorre nos trâmites normais.

Quem ficou satisfeito com esta atitude? Os que detestam os agricultores, os que gostam de complicar a vida à Câmara Municipal, os que não querem que a Câmara Municipal cumpra o seu programa ou aqueles que põem as querelas pessoais à frente do interesse colectivo. Não vejo mais quem ganhe com esta posição.

10 de novembro de 2011

Entre o dizer e o fazer


Quando Portugal se submeteu à intervenção da troika era previsível que grandes sacrifícios estavam reservados aos portugueses, não só por via das grandes reformas mas também pela pressão fiscal que se adivinhava.

O esforço para a redução do défice e consolidação das contas públicas a isso obrigava, sem dúvida, porque a crise instalada em 2008 no mundo, na europa e em Portugal, obrigou, por um lado, a um grande esforço financeiro do nosso país para manter postos de trabalho e apoios sociais e, por outro lado, vimo-nos confrontados com uma drástica diminuição das receitas, enquanto a banca, enredada na malfadada falta de liquidez, não conseguia financiar a economia.

O curioso neste processo é que o partido que se insurgiu contra o chamado PEC 4, fê-lo, supostamente, na convicção de que era impossível pedir mais sacrifícios aos portugueses, sobretudo à classe média. Esta atitude foi bem recebida pelos eleitores, que, aliás, acabaram por confirmar isso mesmo nas urnas, no acto eleitoral que se seguiu.

Esta maneira de ver na altura e o modo de actuar agora, diz-nos apenas e só que se tratava de uma medida meramente populista, ao estilo caça votos. Mas lá que resultou, resultou…

Notam-se, neste momento, grandes contradições ou jogo de cintura, como é comum denominar-se estas diferenças entre o dito e o feito.

Para quem chumbou um programa de estabilidade e crescimento com o argumento de que não poderia subscrever um aumento da carga fiscal e agora procede ao maior ataque à classe média de que há memória, por via do aumento brutal de impostos, isto pode significar que a palavra dada é irrelevante para este governo.

Para quem se insurgia constantemente contra as reformas na saúde, na administração pública, na justiça, pondo constantemente em dúvida o encerramento de serviços sobredimensionados ou desnecessários e agora prepara o desmantelamento cego do Serviço Nacional de Saúde e despedimentos na função pública, isso quererá dizer que na oposição fizeram um mau trabalho, sem o sentido de estado que um partido do arco do poder deveria ter. Lutaram pela justiça tributária e agora acabam com as deduções fiscais em sede de IRS.

Na oposição abominaram reformas, juntando-se às populações que contestavam a perda de direitos, enquanto agora anunciam um novo imposto em cada dia, reformas atrás de reformas que implicam explicitamente cortes na força do trabalho, sem nunca explicar, ou explicar mal, como vai crescer a economia.

Em tempos exigiam mais emprego para os jovens e agora os responsáveis políticos recomendam que estes procurem trabalho lá fora. Tal como prometiam não mexer nos subsídios de natal ou de férias e agora é o que se vê.

Por isso se conclui que não será totalmente exacto quando o PSD diz que o interesse nacional está acima de tudo, porque, como se vê, o interesse partidário comanda, por vezes, os desígnios da nação.

Também poderemos constactar que “falar verdade” nunca mais poderá ser o lema deste partido que jurava prezar esse valor.

Por muito menos o Presidente da República apelou a um “sobressalto cívico”.

3 de novembro de 2011

Quando o trabalho dá frutos


No dia 14 de Outubro passado decorreu na ilha Graciosa a Bienal de Turismo Subaquático dos Açores.

Este certame tem na sua génese questões como formar e informar os operadores, nomeadamente, e no caso desta edição, nas questões de segurança, ética, marketing, inovação, preservação do ambiente, organização, empreendedorismo, etc..

Turismo e mergulho são duas áreas temáticas que se cruzam, que se interligam e se complementam. Quando se fala em mergulho, já se fala em turismo e em oportunidade de negócio.

Em Portugal prevê-se um crescimento exponencial na procura desta actividade nos próximos anos. Os Açores têm de reclamar a sua parte e para isso temos de promover o destino, organizar a oferta e preservar o ambiente.

Esta já foi a 3ª edição desta bienal mas, paralelamente, já decorreram dois campeonatos nacionais e três opens internacionais de fotografia subaquática.

Agora foi a vez de se anunciar a realização do primeiro Campeonato Europeu de Fotografia Subaquática em 2012, na Graciosa, depois de uma negociação com a Confederação Mundial de Actividades Subaquáticas e a respectiva adjudicação em reunião do Conselho de Administração que decorreu em Roma.

Este grande evento trará até esta ilha os melhores fotógrafos do continente europeu e do mundo e proporcionará certamente um momento forte na promoção do mar dos Açores.

Para a conquista da primeira edição deste campeonato europeu terão contribuído, e em muito, as condições que a Graciosa reúne em termos de beleza dos fundos marinhos, hospitalidade das suas gentes, hotelaria, restauração e acessos ao mar, destacando-se ainda a experiência adquirida em organizações anteriores. Na aprovação desta candidatura estiveram envolvidas muitas pessoas, desde a Agraprome, à Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, passando pela Câmara Municipal.

Na Graciosa não se fica na expectativa de que alguém nos faça o trabalho ou que o turismo cresça por si só. Criam-se novas dinâmicas, enfrentam-se os desafios e avança-se.