27 de maio de 2016

Um estudo

O Serviço Regional de Estatística dos Açores publicou um Índice Compósito de Desenvolvimento Intra Regional para os anos 1980, 1990, 2000 e 2010, cobrindo assim 30 anos.

Segundo aquele serviço, “o índice global é o resultado do desempenho conjunto das três componentes do desenvolvimento definidas inicialmente: 22 para a Competitividade Económica; 19 para a Coesão Social e 6 para a Sustentabilidade Ambiental”.

A leitura e a análise séria destes resultados indicam que nos últimos dez anos do estudo (2000-2010) a Região ficou mais coesa, muito embora sejam visíveis ritmos diferentes de desenvolvimento para algumas ilhas.

Houve quem tirasse conclusões precipitadas a partir dos resultados deste estudo. E quando assim é, alguma coisa está mal. Ou se utilizam parcialmente números com objetivos recônditos ou então não se sabe o que fazer com eles. Confesso que tenho muito mais receio dos primeiros, os que manipulam os números.

Sobre a Graciosa os números são claros e só não vê quem não quer. Houve um aumento de 4 pontos percentuais no Índice de Desenvolvimento nos 30 anos a que se refere o estudo, mas vendo mais em pormenor, esse aumento deve-se única e exclusivamente ao desempenho entre 2000 e 2010, já que de 1980 a 2000, período quase exclusivamente da responsabilidade governativa do PSD, não se registou qualquer evolução.

Na Competitividade Económica a Graciosa aumentou 8 pontos e na Coesão Social foi a segunda ilha, a seguir ao Corvo, que mais evoluiu, cerca de 5,1 pontos, entre 2000 e 2010.
Na Sustentabilidade Ambiental, a Ilha Graciosa atingiu um valor superior à média regional em 1990 e evoluiu mais de 8 pontos entre 2000 e 2010.

Acredito que se podia ter feito mais e se assim fosse poderíamos estar melhor situados neste estudo, mas infelizmente a governação até 1996 pouco fez a respeito da coesão e do desenvolvimento harmónico.

20 de maio de 2016

Deixem o povo escolher

É mesmo assim em todos os anos eleitorais. Cerca de um ano antes da data previsível das eleições que vão definir o próximo Governo, os partidos políticos esforçam-se por dar a conhecer as suas ideias para resolver os problemas dos Açorianos.

A esta postura normal são, por vezes, acrescentadas outras menos ingénuas, como a necessidade de se dar a conhecer, por vezes de forma que, de tão notada, até parece ridícula. Mas nestas coisas cada um sabe de si…

E há partidos e políticos que conseguem ver defeitos em tudo menos neles próprios. O “bota abaixo” é também uma constante. O discurso de que está tudo mal também surge mais acutilante, contrariando as diversas agências internacionais que elegeram, várias vezes, estas ilhas como um dos melhores locais do mundo para se viver.

Neste processo há qualquer coisa que está mal ou pelo menos não soa bem. Existem políticos e comentadores que passam a vida a falar mal dos Açores mas em determinado momento das suas vidas escolheram estas ilhas para viver, constituir família e educar os seus filhos. Por que será? Existem outros que, mesmo sendo de cá, não foram capazes de apresentar propostas concretas para melhorar a vida dos Açorianos. É um contrassenso difícil de entender.

É verdade que o Partido Socialista está há 20 anos no poder nos Açores, uma das principais críticas do líder do maior partido da oposição, dita de um modo que até parece que não foi o povo que assim quis, quando em 2012 escolheu novamente este partido para governar os Açores, reforçando a maioria anterior.

E esse reforço não aconteceu por acaso. O Partido Socialista desde há muito que se abriu à sociedade e dela recebe contributos importantes para os seus programas de Governo. O Partido Socialista inclui nas suas listas pessoas independentes oriundas de várias áreas, garante a paridade e aposta nos jovens. É, por isso, um partido vivo e motivado para continuar a defender os Açores.

Foi assim que este partido granjeou credibilidade na sociedade Açoriana. Foi assim que, apesar de ter mudado de liderança, garantiu a estabilidade governativa.

Mais do que isso. O Partido Socialista estará cá sempre que o povo assim o entenda e governará sempre que a força do voto assim o determine.

6 de maio de 2016

Visita com resultados

Na passada semana o Primeiro-Ministro de Portugal visitou os Açores pela primeira vez nessa qualidade.

Estávamos mal habituados relativamente às visitas dos membros do Governo da República.

No passado veio até cá um Primeiro-Ministro apenas para assinar um tratado de guerra. Mais tarde outro Primeiro-Ministro, da mesma linha partidária, veio cá dizer que não contássemos com ele para coisa nenhuma, nem para se solidarizar com os Açorianos aquando das intempéries, ao contrário do que tinha feito, e muito bem, com o povo Madeirense.

Tivemos também por cá uma Secretária de Estado que, imbuída pelo espírito de campanha, foi capaz de desrespeitar o protocolo sem qualquer pudor.

Agora foi diferente. Recebemos o Primeiro-Ministro, acompanhado por diversos membros do seu Governo, que veio até aos Açores e reuniu com os seus legítimos representantes para resolver questões que há muito tempo esperavam por soluções.

Este governo tem ainda poucos meses, mas já fez mais pelos Açores do que Passos Coelho em quatro anos do seu mandato.

Facilidades na utilização civil da Base das Lajes, low-cost para a Terceira, gestão do mar, excluir a componente dos subsídios ao investimento dos agricultores do cálculo de rendimento para efeitos de contribuições à Segurança Social, o empenho em negociar um envelope financeiro adicional para ultrapassar este momento de dificuldade dos agricultores, entre outras, foram algumas das questões que o Governo da República resolveu em consonância com o Governo Regional.

Estes resultados surgem de um trabalho apurado feito longe dos holofotes e paragonas pelo Governo liderado por Vasco Cordeiro, que se preparou para negociar e chegar a bom porto com um conjunto de iniciativas que apenas esperavam encontrar do lado de lá intervenientes capazes de ouvir, compreender e com capacidade para decidir.

Esta autêntica parceria com benefícios para ambas as partes não agradou, pelos vistos, ao principal partido da oposição.

Reconheço a legitimidade para pensar assim, só não percebo porquê…

Bem sei que estamos cada vez mais perto das eleições, mas é chegada a hora do líder do maior partido da oposição pensar mais nos Açores e menos na sua sobrevivência política.