10 de abril de 2014

Ocultação


Os Portugueses ficaram agora a saber que a Presidência da República não deu a conhecer a listagem de compras conforme é imposto pela lei, o mesmo acontecendo com a Assembleia da República que também enveredou pelo mesmo caminho e não publicou os contratos das aquisições a que está obrigada.

Os Portugueses já sabiam que houve um ministro que ocultou as suas verdadeiras habilitações académicas, que o Governo da Madeira escondeu parte da sua dívida, que o BPN, dirigido por um ex-governante do PSD, tinha uma contabilidade oculta e que o Banco Insular era operador financeiro que suportava negócios recônditos.

Já sabiam também que houve um ex-ministro e ex-Conselheiro de Estado que fazia de conta que nada tinha a ver com o escândalo do BPN e que nessa ocultação contou sempre com o apoio dos seus correligionários, de tal maneira que só de lá saiu quando não era possível disfarçar mais.

Os Portugueses também já sabem, pelos acontecimentos recentes, que o primeiro-ministro é exímio em esconder a verdade e que o vice-primeiro-ministro oculta com frequência o verdadeiro significado do irrevogável e traça linhas intransponíveis, mas só a brincar. 

Finalmente tomaram conhecimento que o antigo primeiro-ministro e ainda Presidente da Comissão Europeia, numa entrevista recente, tentou esconder a sua responsabilidade no caso do BPN, fazendo uma coisa feia ao tentar comprometer terceiros.

Como se vê alguma da direita liberal que detém o poder em Portugal é exímia na arte da ocultação e do disfarce.

Não é por acaso que sempre pediram aos eleitores deste país uma maioria e um presidente. E esse é o preço que estamos a pagar agora …

3 de abril de 2014

Mentiras e outros dislates


O tempo de antena onde eram descritas as incongruências de Passos Coelho foi o programa mais visto do Canal 1 da RTP na passada terça-feira, com cerca de um milhão de telespetadores.

Pudera… Com tamanha discrepância entre o apregoado em tempo de campanha e a obra feita (ou desfeita, neste caso) depois de estar em funções, quem não quererá confirmar, mais uma vez, a postura obscura deste político?

Coincidindo com o conhecido dia das mentiras esta terá sido a melhor forma de mostrar a todos os Portugueses o estilo truculento com que o primeiro-ministro de Portugal trata a verdade e a coerência, esta última muito propalada quando tenta definir o seu trajeto.

Estou em crer que este estadista vai fazer escola nos meandros da política nacional, pelos piores motivos, no meu entendimento.

Os seus admiradores Açorianos, na oposição, conseguem construir, por cá, uma imagem de que o que se passa lá fora nada tem a ver com eles.

É um discurso estafado, é certo, mas com um conteúdo enganador quanto baste que poderá surpreender os menos avisados para estas coisas.

Veja-se a postura que o PSD assume nos Açores ao impor atirar mais dinheiros públicos para serviços e responsabilidades do estado, enquanto manda os seus deputados na Assembleia da República votar a favor dos cortes para a RTP-Açores, a Universidade dos Açores, redução dos apoios sociais e na saúde, encerramento de finanças e tribunais, diminuição dos salários dos funcionários públicos e pensionistas.

É caso para dizer que é uma sorte não ter gente desta, de cá e de lá, a governar os Açores.