19 de fevereiro de 2016

Não vale tudo

Terminaram os trabalhos da Comissão de Inquérito aos Transportes Marítimos de Passageiros e Infraestruturas Portuárias com a apresentação e discussão do respetivo relatório na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, que aconteceu na última terça-feira.

Foram dez meses de trabalho, onde se incluiu a audição de vinte e uma personalidades e análise de cerca de sessenta mil páginas de documentação de vária ordem, onde se incluía os relatórios de especialistas na matéria.

Esse trabalho culminou com a elaboração daquele relatório aprovado com os votos a favor do PS, as abstenções do CDS-PP e do PCP e ainda com os votos contra do PSD, apesar de 80% das suas conclusões terem sido aprovadas por unanimidade.

A criação de uma comissão deste tipo é perfeitamente legitima e prevista na legislação em vigor e até desejável quando se sabia que havia também a necessidade de procurar respostas para o acidente mortal que aconteceu em S. Roque do Pico a 14 de novembro de 2014.

O Partido Socialista esteve nesta comissão de uma forma empenhada e responsável mas sempre demonstrou a sua indisponibilidade para fazer política à custa de uma tragédia.

Infelizmente em todo o processo houve diversas tentativas de aproveitamento e de condicionar os seus resultados, nomeadamente fazendo uma escolha cirúrgica e parcelar de audições e da documentação com uma clara intenção de branquear o que realmente se passou em comissão, com o objetivo de condicionar a opinião pública.

Houve quem se apressasse a criar, em primeiro lugar, um alvo a abater e depois tentar construir uma série de argumentos para atingir esse fim.

No seguimento deste comportamento, tivemos a infelicidade de assistir ainda a um momento que em nada dignifica quem o perpetrou. O relatório ainda nem tinha sido lido pelos membros da Comissão já o projeto de conclusões andava na comunicação social de forma ilegal e ilegítima, revelando uma intenção clara de confundir as pessoas.

Na política não vale tudo, mas infelizmente há quem atue sem escrúpulos para atingir os fins a que se propõe utilizando este métodos lastimáveis.

12 de fevereiro de 2016

Afinal havia outro caminho

O Orçamento de Estado de 2016 recebeu luz verde por parte das instâncias europeias pese embora toda a pressão exercida, dias antes, por Bruxelas e pelos partidos da direita em Portugal que tudo fizeram ou disseram para descredibilizar interna e externamente aquele documento.

Todo o processo foi inquinado com informações e contra informações transmitidas por alguns arautos da desgraça e por comentadores políticos alinhados que desconhecem o que significa negociar e compromisso.

O Orçamento para o corrente ano é diferente dos anteriores, responsável quanto baste, resulta do diálogo com outras forças políticas e vira a página da austeridade. Afinal havia mesmo outro caminho.

É verdade que numa negociação não há vencedores nem vencidos, mas António Costa fez com que Portugal deixasse de ser um país subserviente tal como o foi nestes últimos quatro anos. Enquanto o Orçamento de Estado era analisado em Bruxelas, António Costa, na Alemanha, dizia que não falou nesse assunto com a senhora Merkel porque, segundo ele, não a ia incomodar com o Orçamento Português dado ela própria ter de se preocupar com o seu. Quem esperava ver o primeiro-ministro de cócoras perante a poderosa Alemanha desenganou-se e no lugar de servilismo viu determinação.

Relativamente aos Açores este Orçamento de Estado também é diferente e representa uma viragem no relacionamento com os seus órgãos próprios, ao serem eliminadas normas que interferiam com as competências das Regiões Autónomas.

Além disso, e ao contrário do que aconteceu durante o mandato do anterior Governo, este Orçamento de Estado cumpre a Lei de Finanças Regionais e altera o critério de acesso ao financiamento para investimentos comparticipados por fundos comunitários.

Mas não é só. Também foi revogada a norma que impunha o pagamento pela Região dos tratamentos dos doentes Açorianos nos hospitais do continente, eliminadas as normas que controlavam o recrutamento de trabalhadores pela administração pública regional e assegurada a possibilidade dos municípios Açorianos terem acesso ao financiamento bancário como receita da parte não comparticipada dos investimentos a concretizar com fundos comunitários.

Nos Açores o aumento do rendimento das famílias será uma realidade, devido à eliminação progressiva da sobretaxa do IRS, da reposição dos vencimentos dos funcionários públicos e do aumento do salário mínimo.

Este novo caminho repõe rendimento e justiça fiscal, mas, sobretudo dá ao país uma nova esperança.

9 de fevereiro de 2016

Passageiros desembarcados na Graciosa


Os passageiros por via aérea desembarcados na Ilha Graciosa ultrapassaram novamente os 20.000 passageiros, 20.383 mais precisamente. Em 2011 essa barreira também tinha sido ultrapassada com 20.425 passageiros desembarcados.

5 de fevereiro de 2016

Conhecer para avaliar

Os Açores têm sido, ultimamente, distinguidos a nível internacional como destino turístico. Ainda agora está nomeado pela European Consumer’s Choice para Melhor Destino Europeu 2016.

O Observatório do Turismo dos Açores efetuou no passado verão um inquérito à satisfação do turista que visita os Açores. Este documento é importante para os operadores desta área poderem tirar conclusões para irem ao encontro dos vontades e necessidades dos turistas que nos visitam.

Cerca de 61% dos inquiridos responderam que fizeram as suas reservas de viagem através de canais online, tal como está já acontecer com outros destinos.

Mais de metade (55,8%) dos inquiridos vieram do estrangeiro, sobretudo da Alemanha (destacada com mais de 20%), dos Países Baixos, Espanha e Estados Unidos da América e considera que o preço é justo pela qualidade oferecida. É também curioso verificar que a faixa etária com mais turistas se situa entre os 45 e os 55 anos (com 27,1%) e que os profissionais liberais e quadros superiores representam mais de metade dos inquiridos.

A maior parte escolheu os Açores (37,7%) por recomendação de familiares e amigos, seguindo-se a internet. As agências de viagens surgem em terceiro lugar na influência que tiveram na escolha do destino Açores. A grande maioria escolheu o voo tradicional para chegar e sair da Região. 
Por fim verifica-se que 96,6% dos inquiridos serão capazes de recomendar uma visita aos Açores e 71,3% pensa em voltar à Região.

Promover a qualificação dos profissionais turísticos, melhorar a comunicação sobre os eventos que decorrem nas diversas ilhas, disponibilizar mais opções tarifárias no transporte aéreo, melhorar a mobilidade inter-ilhas e a informação sobre transportes públicos, são algumas sugestões apresentadas pelos inquiridos que podem dar pistas para melhorar o sector.

A consolidação de um destino turístico demora muito tempo e consome muitos recursos financeiros. É um processo que deve ser avaliado permanentemente para corrigir o que tiver de ser corrigido e alterar o que tiver de ser alterado.

Esta atividade, que vale milhões, está sujeita a uma enorme concorrência e em constante mudança, razão pela qual há que estar atento às preferências dos turistas e às tendências do mercado.