30 de outubro de 2005

Azul mar

A pesca tradicional é uma actividade que tem vindo a desenvolver-se com passos seguros. A frota tem sido renovada a um ritmo excelente, a classe piscatória está mais rejuvenescida e é detentora de um novo espírito empreendedor. É um caso de sucesso, já devidamente reconhecido.
Nos últimos anos tem sido feito um grande esforço financeiro das entidades públicas na consolidação desta actividade, que, em contrapartida, já representa um grande peso na nossa economia.
O caso mais representativo do empenho governamental é a construção do novo porto de pescas, já em fase final, e do seu completo apetrechamento (casas de aprestos, nova lota e oficina de reparação naval), processo que se iniciará já em 2006, fazendo deste um dos melhores portos de pesca da Região.
Em breve também irão surgir novos desafios e responsabilidades com a informatização das lotas da Região, a pesca de novas espécies e em zonas mais profundas, a contínua modernização da frota, o desenvolvimento de infra-estruturas, a certificação do pescado e a criação de indústrias de transformação. Mas o maior desafio de todos é a protecção da nossa ZEE, estando em causa a defesa das 200 milhas como opção estratégica e inegociável.
As capturas de pescado nas águas da Ilha Graciosa aumentaram 21 toneladas em relação ao mesmo período de 2004 (dados de Agosto), contrariando o abrandamento verificado no total da Região, mas será pouco previsível grande variação, mantendo-se as condições actuais. Daí a necessidade da procura não só de novas áreas de pesca e de outras espécies ainda pouco exploradas, mas também de actividades paralelas que possam contribuir para a sua rentabilidade e sustentação.
Sabe-se que o sector turístico procura no mercado alternativas para uma nova geração de turistas, que estão dispostos a gastar mais por novas sensações, quase todas elas ligadas aos sectores tradicionais (como é o caso da pesca) e aos desportos de aventura.
Como complemento ao rendimento dos pescadores, também este sector poderá ser uma mais valia, nomeadamente ao embarcar para a faina pequenos grupos de turistas que procuram no mercado este tipo de aventura. É claro que a actividade ainda tem de ser devidamente regulamentada, mas certamente que traria valor acrescentado a uma classe profissional que usufrui de um rendimento variável.

Posse

Hoje, pelas 17.30 horas, foram instaladas a Câmara Muncipal e a Assembleia Municipal do concelho de Santa Cruz da Graciosa, no salão nobre da sede da autarquia.
A todos os eleitos no passado dia 9 de Outubro e agora empossados nos respectivos cargos, deseja-se um trabalho profícuo em favor da nossa ilha.

28 de outubro de 2005

Mesmo na desgraça de uns, outros ganham com isso...


O enorme escândalo (ou talvez não) do programa “Petróleo por Alimentos” da ONU, ainda está por explicar.
Na consequência de um embargo decretado devido á teimosia de um ditador, sem qualquer compaixão pelo seu povo e de um país que se auto intitula polícia do mundo, foi instituído um programa onde se trocavam grandes quantidades de petróleo do Iraque, por alimentos que aquele povo tanto necessitava.
De certeza que o programa terá sido criado devido à falta que o petróleo fazia ao ocidente e nunca para proteger um povo que sentia na pele falta de tudo, principalmente de medicamentos.
Sabe-se agora (penso que já se sabia desde o início) que houve muita gente a ganhar com isso.
Do lado do regime iraquiano não se esperava melhor, mas da parte de pessoas ligadas à ONU é que ninguém contava.
Há gente para tudo…

27 de outubro de 2005

Interacção

O relacionamento dos homens com os animais nunca foi muito fácil, embora toda a gente conheça casos de sucesso.
Foi o que aconteceu com um Mero, com cerca de 25 anos, baptizado RO, que vivia algures, a uma profundidade de 40 metros, numa zona muita má para a utilização de artes de pesca. Por isso sempre se pensou que a interacção que foi imposta por nós, nunca lhe poderia ser fatal, até porque quem o visitava tinha o compromisso de não o deixar subir para zonas de acesso mais facilitado.
Era um animal extraordinário. Aproximava-se dos visitantes, primeiro desconfiado para logo depois se dispor às carícias de uma forma tão meiga e afável, que chegava a comover quem tinha o privilégio de o visitar. Foi fotografado e filmado inúmeras vezes. Foi a estrela das filmagens do programa televisivo sobre o Fotosub.
Mas em Agosto passado, uma tripulação de um barco de outra ilha, supostamente, após dias e dias de busca e paciente espera, teimou em caçá-lo, mesmo que para isso tenha utilizado um método ilegal (garrafa e uma arma de pesca submarina). O que nos custa é que o RO deve ter nadado docilmente em direcção ao arpão de quem o matou...

25 de outubro de 2005

Coesão, precisa-se


Hoje o tempo está triste, ou melhor, nós estamos mais tristes por causa do tempo. Assim é que é…
Pela Ilha Graciosa, tal como por todo o Arquipélago, estamos de vez em quanto sujeitos a tempestades, que por vezes deixam algumas marcas. O anticiclone foge de cá e então ficamos entregues à nossa sorte. A amostra de hoje é a prova disso.
No entanto nem tudo corre mal.
Sabe-se que já foi criada a sociedade anónima de capitais públicos destinada a promover o desenvolvimento das “Ilhas da Coesão” (Santa Maria, Flores, Corvo, S. Jorge e Graciosa).
Essa empresa será presidida por Lubélia Chaves (até agora deputada na Assembleia Regional) e terá a sua sede em Santa Maria. Certamente não irá resolver tudo, mas terá a virtude de atravessar estas ilhas identificada com uma profunda vontade de mudança. Nada ficará como antes…
Juntamente com os gabinetes de apoio ao empreendedor ficam criadas condições para a regeneração do tecido económico e o surgimento de novas oportunidades.

24 de outubro de 2005

Mergulho no azul


O fundo do mar da Ilha Graciosa é um dos melhores de todo o arquipélago. Não inventei isso, mas já ouvi esta mesma frase da boca de muitas pessoas entendidas no assunto. De facto as nossas baixas, ilhéus e naufrágios constituem locais de sonho para qualquer mergulhador. A fauna é variada, constituída essencialmente por meros, xaréus, moreias, mantas, bicudas, lírios, atuns, etc., enquanto na flora, também muito variada, destaca-se o coral negro. Mas só vendo...

Mais à frente


Um dos principais desafios de hoje para uma Autarquia é a melhoria da sua imagem e da sua qualidade, pressupostos que possam contribuir para criação de impulsos capazes de gerar mais valias e ideias de interesse geral. Depois é preciso distribuir responsabilidades às Juntas de Freguesias, como entidades mais próximas das populações, mas com relacionamento técnico e financeiro perfeitamente clarificado.

A limpeza, manutenção e embelezamento de toda a Ilha Graciosa são acções que poderiam muito bem ser um exemplo de um projecto partilhado por todas as estruturas autárquicas da Ilha (Juntas e Câmara), já que pode gerar condições propícias ao desenvolvimento do Turismo e, como obrigatoriamente um projecto deste tipo deverá ter a participação activa de todos, terá a vantagem de envolver as populações e criar assim novas esperanças num futuro melhor. Esta ideia deverá ter na sua génese dinâmicas de cooperação e deverá também respeitar as especificidades de todas as freguesias e lugares.

Paralelamente e em complemento, é preciso criar e implementar estruturas de apoio como o posto de informação turística, proteger o património público construído e natural, criar esplanadas, limpar toda a ilha, colocar novo mobiliário urbano, criar zonas de sombra, manter os actuais e criar novos jardins e zonas de lazer, requalificar e criar novos miradouros, ampliar e proteger a praia e ainda requalificar todas as zonas balneares. A acompanhar a sua execução não poderia dispensar-se uma campanha de sensibilização junto das escolas e colectividades, para garantir a sua eficácia ao longo dos tempos.

Esta ideia é transversal a muitas áreas e sobretudo aos projectos estruturantes em curso, por isso não deveria ser adiado muito mais, pois é de baixo custo e de implementação fácil, já que a população local e os estabelecimentos comerciais estão na linha da frente como primeiros beneficiários.

23 de outubro de 2005

Um passo em frente

Não se deve ter medo de dar um passo em frente. Parar é enredar-se nos medos e receios de que a inovação e o progresso os atropele.
O instinto pode ser o farol.
Participar nas decisões que nos poderão afectar é um obrigação e um direito de todos.
Não devemos esquecer nunca de que o bem comum está muito acima do benefício próprio.

19 de outubro de 2005

Tempo novo, vida nova


Depois do rescaldo das Eleições Autárquicas 2005 e de ouvir e ler os "especialistas" na matéria, uns mais alinhados que outros, parece-me que a análise mais correcta é a que li algures, de que nos Açores o PS perdeu a ganhar e o PSD ganhou a perder. Não será verdade ? Na minha Ilha, a Graciosa, uma das mais bonitas dos Açores, esta teoria também me parece verdadeira...