30 de setembro de 2016

Um novo investimento

Na passada quarta-feira foi lançada a primeira pedra de um novo investimento reprodutivo na Ilha Graciosa: o matadouro.

O matadouro da Graciosa é um dos últimos investimentos estruturais que faltava nesta ilha que, como se sabe, foi sujeito a um adiamento por vontade do Conselho de Ilha que preferiu optar por um novo, ao invés da ampliação do atual que, como se sabe, já se encontra integrado na malha urbana que se desenvolve nos arredores do centro de Santa Cruz.

Esta alteração foi, quanto a mim, oportuna, mas implicou um atraso compreensível para se fazer um novo projeto e, ao mesmo tempo, encontrar um terreno adequado para o implementar.

Apesar destas vicissitudes, chegamos ao dia em que a obra arrancou. Representando um investimento de quase 5 milhões de euros, o matadouro terá cerca de 2.200 metros quadrados de área coberta e um prazo de execução de 18 meses.

Os seus equipamentos serão dos mais modernos, capazes de, por si só, criar melhores condições de trabalho aos colaboradores daquele serviço, desde a abegoaria até à preparação de subprodutos, passando pelo abate, desmancha, espaços refrigerados e climatizados.

No entanto, as maiores repercussões estão destinadas aos produtores de carne Graciosenses, pela melhoria geral das condições do abate e, sobretudo, pela possibilidade de obterem maiores rendimentos em resultado da sua atividade.




26 de setembro de 2016

Um novo pilar

A agricultura, a pesca e o turismo constituem os pilares da economia da Ilha Graciosa, à semelhança do que sucede em quase todas as outras ilhas, mas a energia e o ambiente estão a revelar-se como sectores que acabam por ser transversais a todos os outros e incontornáveis.

O projeto piloto que está a ser desenvolvido na Graciosa para a produção de energia limpa, pode contribuir para a valorização dos produtos locais, da agricultura à pesca, mas para o turismo poderá ser uma mais-valia importantíssima.

A autossustentabilidade é uma das maiores preocupações das sociedades ocidentais e a Graciosa está a escassos passos de poder concretizar esse objetivo.

Mais dia menos dia teremos cerca de 65% do total do consumo energético produzido por fontes renováveis, podendo esse valor ser aumentado com a microgeração de energia, ou seja, a produção de energia em pequena escala.

O caminho faz-se caminhando, diz o povo e com toda a razão.

O objetivo de um projeto destes, que envolve um investimento na ordem dos 25 milhões de euros, é anular a dependência dos combustíveis fósseis, minimizar a pegada ambiental e reduzir os custos das famílias com o consumo de energia.

Isso só será possível com uma mudança de hábitos e com a introdução de incentivos para alterar o paradigma.

O Presidente do Partido Socialista, Vasco Cordeiro, apresentou, na sua recente visita à Graciosa, uma proposta para promover a mobilidade elétrica, que fará parte do seu programa de governo.

Para os Graciosenses esta foi uma excelente notícia, digamos, a cereja em cima do bolo, porque um programa deste tipo, a ser implementado, cumprirá o objetivo de reduzir gastos com a energia, baixar a emissão de gases poluentes e fará da Graciosa uma ilha ainda mais apetecível.

9 de setembro de 2016

Entre o dizer e o fazer vai uma grande diferença

Debater as problemáticas das pescas é sempre uma questão oportuna e de relevante interesse para os Açores, porque estamos a falar de um sector que é responsável por cerca de 20% das nossas exportações e representa mais ou menos 5% da população ativa da Região.

No Plenário desta semana, as pescas foram objeto de uma interpelação ao Governo. Foi, de facto, uma excelente oportunidade para reunir contributos para a política de pescas dos Açores.

É conhecida a crise que tem afetado o sector nestes últimos três anos, sobretudo devido à escassez do atum nos mares dos Açores. Veja-se que em 2012 o atum representava 42% do total de capturas, em 2013 era de 33%, em 2014 baixou para 17% e em 2016, até agosto, o atum representou apenas 9% das capturas descarregadas nos portos dos Açores.

Outro fator que está a ditar esta redução nas capturas prende-se com a abrupta redução da quota do goraz que implicou algumas medidas, nomeadamente a sua gestão por ilha e um defeso no período da desova.

No entanto, neste Plenário não surgiram propostas para ajudar a resolver esta situação. Apenas o bota abaixo do costume e nada de contributos.


O PSD, neste debate, perdeu a oportunidade, quiçá a última antes das eleições, de escrever algumas propostas sobre pescas nas páginas em branco do seu documento orientador para a elaboração do programa de governo, que nada diz sobre este importante sector, ou acrescentar alguma coisa às duas estafadas propostas que se encontram no seu site. 

4 de setembro de 2016

Em pratos limpos

Várias vezes tenho visto e lido que o Algar do Carvão, na Ilha Terceira, é o único vulcão visitável no mundo.

Estas alegações servem, sobretudo, para dar notoriedade àquele sistema vulcânico que é, por sinal, muito bonito e merecedor de ser visitado.

O problema é que esta classificação é baseada num grande equívoco que - acreditando não haver qualquer maldade nesta atitude -  pode confundir e confunde, com toda a certeza, as pessoas de boa fé.

Que o Algar do Carvão é um vulcão do mundo e que é visitável, não há qualquer dúvida, mas mesmo ao lado, na ilha Graciosa, existe um vulcão, também visitável, e que ainda por cima desenvolveu, aquando da última erupção, a maior cúpula vulcânica de toda a Europa.

Se consultarmos a página “Vulcões de Portugal”, poderemos encontrar, entre vários, o Algar do Carvão e a Caldeira da Graciosa, sistema vulcânico onde se encontra a Furna do Enxofre.

Podemos também tirar as dúvidas no "Catálogo das Cavidades Vulcânicas dos Açores", onde ainda aparecem outras com essas características que apenas querem atribuir ao Algar do Carvão, vá lá saber-se porquê.

A existência da Furna do Enxofre na Graciosa não retira qualquer brilho ao Algar do Carvão, antes pelo contrário, pode completar a oferta para os visitantes que se interessam por vulcanismo e que deambulam pelo mundo à procura deste tipo de monumentos naturais.

A Furna do Enxofre apenas retira o que se quer dar em exclusividade ao Algar do Carvão que, por capricho da natureza, não é, de todo, verdade.

Errar é humano, perdoar é divino, mas corrigir é de sábio e não custa nada.