29 de julho de 2014

Conhecer ou não conhecer, eis a questão

No passado dia 18 de Julho, o Governo dos Açores, pela voz do Presidente Vasco Cordeiro, anunciou a conclusão das longas negociações para melhorar as acessibilidades aéreas de e para a região.

Foi, sem dúvida, uma grande vitória dos Açores e a prova de que o Governo Regional não desiste de criar melhores condições de vida para todos os Açorianos.

Esta demora na resolução de todo este processo devido à natureza sensível e com um caracter mais técnico, levou os descrentes a desconfiarem do empenho do Governo e a duvidarem do seu sucesso.

Afinal enganaram-se. Os resultados desse trabalho exaustivo e minucioso surgiram, garantindo uma melhor mobilidade dos Açorianos e salvaguardando os interesses da economia da Região.

No entanto, como já referi no artigo anterior, o Presidente do PSD quis associar-se a esta vitória da persistência e do empenho insinuando, ou melhor, confirmando mesmo a sua participação neste processo incluindo a sua intervenção nas negociações com o Governo da República.

Comentadores independentes deram-lhe a resposta sem demoras, considerando esta atitude de muito mau gosto e, mesmo, pouco ética. Mas, enfim, os atos ficam com quem os pratica…

O que veio a seguir é que ninguém contava. O PSD veio agora exigir explicações sobre o novo modelo das obrigações de serviço público negociado, e aprovado, pelos dois Governos.

Assim, por mais incrível que pareça, ficamos todos a saber que, afinal, o PSD nada sabe de todo um processo que, alegadamente, tinha contado com a sua participação. Alguém consegue compreender esta enorme contradição? Creio que não.


Esta nova tática, num jeito desesperado para ganhar protagonismo a qualquer custo, pode, eventualmente, enganar um ou outro mais desprevenido, mas descredibiliza o ainda maior partido da oposição e, sobretudo, o seu líder.

22 de julho de 2014

O seu a seu dono

Na passada sexta-feira estava ao computador quando “caiu” na caixa de correio a notícia sobre a resolução do problema das acessibilidades há muito esperada.

Sei, de antemão, a importância que esta questão tinha para Vasco Cordeiro e para o seu Governo, sei também a importância que os Açorianos sempre deram e dão aos transportes que, para uma região arquipelágica e afastada do continente português e europeu, assumem uma inquestionável prioridade para quem, como é o caso do Presidente do Governo, põe as pessoas em primeiro lugar.

Por aquilo que me fui apercebendo nos últimos tempos, as negociações foram longas e demoraram mais do que seria expetável, mas com a sua conhecida tenacidade e sentido de estado e com a agilidade da equipa que o rodeou nesta tarefa, foi possível ao Presidente do Governo chegar a um entendimento com o outro lado da barricada, onde estava, segundo as suas próprias palavras, gente que se esforçou também para atingir este acordo final, temos de ser justos.

Este percurso discreto, feito sempre longe dos holofotes, muitas vezes debaixo de críticas maledicentes de uma oposição que nada propõe de construtivo, permitiu ao Governo do Açores atingir os objetivos que há muito se propunha: reduzir significativamente as tarifas aéreas, liberalizar duas rotas e abrir a possibilidade da entrada das companhias aéreas de baixo custo.

É evidente que este novo modelo, agora em fase final de negociação, vai ser bom para todos os Açorianos e servir melhor a economia da região. É por isso que devemos estar todos, sem exceção, satisfeitos com esta vitória.


Lamentavelmente o líder do maior partido da oposição quis associar-se a este momento da pior forma: reivindicando louros para todo um trabalho que não foi seu, pondo-se em bicos de pés para aparecer na fotografia, tal como fazem os “emplastros” que andam por aí.

10 de julho de 2014

Coerência

O Bloco de Esquerda desencadeou uma interpelação ao Governo dos Açores sobre a situação económica e social na região.

De pronto levantaram-se as oposições de cá e que lá foram comandam os destinos do país e, como é sabido, infligem, a um ritmo diário, cortes e mais cortes com o perfeito conhecimento, sabe-se agora, de que estes vão além do necessário para resolver os problemas estruturais do país.

Assumem que alguns dos indicadores não são os ideais e fazem-no de um modo subtil escondendo a tremenda responsabilidade que os seus partidos tem nessas políticas de empobrecimento do país.

Como era possível evitar com sucesso a degradação da situação social se o Governo da dupla Passos Coelho e Paulo Portas corta no RSI, nas pensões, no abono de família e nos rendimentos dos funcionários públicos?

Como era possível evitar o crescimento do desemprego se o Governo do PSD/CDS-PP, com a aplicação das fortes medidas de austeridade, desencadeou processos de insolvência em catadupa, sobretudo das pequenas e médias empresas?

Como é possível evitar as dificuldades nas farmácias se no continente as políticas do Governo estão a por em risco metade das farmácias existentes no país?

É evidente que o Governo dos Açores, liderado por gente que está muito atenta às questões sociais, tem feito, e muito bem, um enorme esforço para devolver aos açorianos aquilo que lhes tem sido sonegado pelo Governo da República.

A contínua aposta nos apoios aos mais desprotegidos é a prova que este Governo não deixa nem quer deixar ninguém para trás.

Por isso o PSD, pelo menos esse, se quisesse, de facto, melhorar ou pelo menos não deixar degradar a qualidade de vida dos mais desprotegidos, dava ordens aos seus três deputados da Assembleia da República para votar contra os diplomas que produzem esses cortes.


O resto é conversa … e falta de coragem.