29 de julho de 2016

A nova industria

O turismo é cada vez mais uma industria importante para muitos países dos quatro cantos do mundo que, acossados pela enorme concorrência, investem milhões na promoção dos seus destinos.


Os Açores começam também a despertar para o turismo, depois de um longo percurso de construção e requalificação de unidades hoteleiras, na promoção do destino e outras ações importantes, para qualificar a oferta, como o apoio a empresas de animação turística, requalificação da rede de trilhos e formação, de modo a chegarmos até aqui, mais capacitados para receber os que procuram estas ilhas para fazer as suas férias. 


O arquipélago tem realidades distintas, com aptidões também distintas, o que faz destas nove ilhas um destino diferente e seguro, características muito apreciadas nos tempos que correm.

A opção pelo turismo de natureza foi uma boa política e a sua prática tem dado resultados, especialmente quando, na hora da escolha, o destino é comparado com outros.    

Ao ouvir as entidades que, de uma maneira ou de outra, estão ligadas ao turismo, nota-se um otimismo prudente sobre o futuro desta importante industria nos Açores.

Na região, de janeiro a maio, quando comparado com o ano anterior, as dormidas cresceram 36%.
A Terceira (+136%), Santa Maria (35%), Graciosa (+34%), S. Miguel (+26%), Pico (+15%) e Faial, (+13%) apresentaram crescimentos positivos, enquanto as Flores (-11%), Corvo (-9%) e S. Jorge (-3%), registaram uma redução nas dormidas, nos primeiros cinco meses do ano, comparados com ano 2015.

Muito embora tenha havido sinais de uma retoma antes Low Cost, não há qualquer dúvida que a liberalização de duas gateways teve um grande impacto neste crescimento.
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Relativamente aos mercados emissores, nota-se um progressivo destaque dos residentes no estrangeiro, nomeadamente Alemanha e EUA.

Agora que os Açores estão na moda é preciso aproveitar todas as sinergias para resolver os problemas que ainda existem e consolidar este destino que se quer ambientalmente equilibrado e sustentável.

Esta é uma tarefa de todos.

8 de julho de 2016

Nestes dias de futebol

Portugal ganhou, e bem, o País de Gales por dois golos sem resposta, num jogo em que Ronaldo “regressou”, para nossa satisfação.

A nossa seleção tem sido criticada por não fazer jogos bonitos, pelo menos até esta quarta-feira, mas dou razão ao selecionador quando afirma que entre jogar feio e estar em França ou jogar bonito e ir para casa, escolhe a primeira opção. Não diria melhor.

O ruído mediático emitido por uma catrefada de comentadores que se espalham pelos diversos canais televisivos, tem sido de tal ordem que cria, ao redor da seleção, momentos de algum agastamento, mas que originam situações de fino humor, como foi a do patinho feio ou então, um humor mais negro, quando o Quaresma lança o convite aos críticos para irem ver a final a Paris.

Esta vitória ofuscou outro feito. Dulce Félix sagrou-se vice-campeã da Europa nos 10.000 metros, em Amesterdão, na Holanda. Esta excelente atleta continua a dar alegrias aos Portugueses.

Esta semana também se esperava decisões sobre as sanções da União Europeia, a Portugal e a Espanha. Mas o que surgiu esta quinta-feira foi estranho. Foi decidido que quem decidirá será, afinal, o Conselho de Ministros das Finanças da União Europeia. Mais tempo, mais especulações e, sobretudo, mais incertezas sobre o futuro próximo. Vamos ter de continuar a ouvir os burocratas de Bruxelas, não eleitos, a afirmar o seu e o seu contrário, por mais uns dias.

O Secretário-Geral da OCDE afirmou que esta era uma altura muito má para criar divisões entre os países ao aplicar sanções por apenas ultrapassar o défice em duas décimas, quando tínhamos questões muito mais importantes para atender, como a crise dos migrantes e refugiados, a saída do Reino Unido da União Europeia e o terrorismo. Palavras sábias.

Na Assembleia da República discutiu-se o Estado da Nação. Foram horas de debate em que surgiram, como se esperava, dois blocos bem distintos: a direita que procura alegar que o país está pior e a esquerda a explicar a importância de devolver rendimento e direitos aos Portugueses, coisas que lhes foram sonegadas nos quatros anos de mandato dessa direita.

Nos Açores prossegue a pré-campanha eleitoral. O PSD, em campanha há um ano na procura incessante de notoriedade, prossegue com a publicitação de chavões, por vezes antagónicos e outras vezes prometendo a interferência do estado em tudo o que mexe.

Enfim, uma semana normal.

2 de julho de 2016

A revolução já começou

Na Ilha Graciosa vai processar-se uma autêntica revolução em termos energéticos, com a introdução de um sistema pioneiro em que se conjugam a produção eólica com a fotovoltaica e a possibilidade de acumular o excedente em baterias de última geração.

A taxa de penetração da energia com origem em fontes renováveis será, em primeira análise, na ordem dos 65%. O restante poderá ser obtido através da microprodução e da eficiência energética. 

Para atingir esse desiderato será preciso alterar hábitos de consumo e introduzir dispositivos e programas capazes de ajudar na gestão do consumo.

Este investimento de cerca de 25 milhões de euros permitirá à Ilha Graciosa a sustentabilidade energética que terá impactos nas áreas ambiental, social e económico-financeira.

Esta é mais uma peça das políticas direcionadas para a área energética que está a ser desenvolvida em toda a Região que, em termos de produção de energia alternativa, estará muito acima dos objetivos estipulados pela União Europeia para o ano 2020.

Os ganhos serão óbvios. Em primeiro lugar reduziremos, e muito, a pegada ecológica e teremos, a breve trecho, poupanças consideráveis nos consumos deste importante recurso.

Em 2015, nos Açores, a taxa de penetração era de 33% e prevê-se que daqui a alguns anos essa taxa poderá mesmo ultrapassar os 55%.

As medidas a introduzir na área da energia entre 2016 e 2020 permitirão reduzir as emissões de carbono em 110 mil toneladas e com as medidas previstas executar até ao ano 2030, essa redução será na ordem das 300 mil toneladas.

Estas mudanças nos Açores e na Graciosa, de uma forma mais particular, são ambiciosas e seguem um plano estratégico que mistura a inovação tecnológica com o aproveitamento dos recursos naturais.

Nada mais certo para manter os Açores como um dos melhores locais do mundo para se viver.