17 de fevereiro de 2017

Um problema chamado Centeno

Mário Centeno é, como bem se sabe, o ministro das Finanças de Portugal desde novembro de 2015, altura em que foi encontrada uma solução governativa à esquerda no âmbito da Assembleia da República

Este cargo é, com toda a certeza, um dos mais difíceis de desempenhar em qualquer governo e ainda muito mais complicado quando os recursos disponíveis são diminutos, incapazes de chegar para todas as solicitações.

Mas o que é certo é que Mário Centeno, apesar dos maus prenúncios da direita e da desconfiança dos organismos internacionais, conseguiu ligar este governo aos melhores resultados do país desde a estabelecimento da democracia em Portugal.

Reverteu os cortes cegos nos salários e pensões, devolveu direitos há muito adquiridos, diminuiu o desemprego, está a recapitalizar a Caixa Geral de Depósitos sem ajuda do estado, não embarca na flexibilização da legislação laboral, descentraliza importantes serviços, como os transportes públicos, recuperou a maioria da TAP, vendida à pressa e em cima de eleições.

Estes feitos, que quase ninguém acreditava, não beliscaram os compromissos internacionais assumidos e permitem ao país, mesmo assim, sair do procedimento por défice excessivo.

Este sucesso inesperado representa um preço muito alto para Mário Centeno e a direita portuguesa, desesperada e embirrenta, quer agora cobrar através do ódio e de um julgamento de caráter na praça pública, tudo por causa, imagine-se, de umas simples mensagens escritas.

Esta é uma vil forma de fazer oposição quando pouco resta para contestar, mas tem sido esta a imagem de marca desta direita que continua a viver sem qualquer ressentimento pelo mal que fez aos portugueses nos últimos anos.

Para a oposição Mário Centeno é e será sempre um empecilho, mas para os portugueses representa a estabilização do país e a devolução da esperança.

10 de fevereiro de 2017

As três semanas que estão a abalar o mundo

No início de novembro de passado ano os norte-americanos foram chamados para escolher entre os dois candidatos que resistiram às eleições primárias.

Venceu Donald Trump que, apesar de ter recebido menos votos populares, foi o candidato que maior número de grandes eleitores conseguiu alcançar, facto que lhe atribuiu a vitória. Eram estas as regras e quanto a isso nada há a dizer.

Depois da sua tomada de posse, o atual inquilino da Casa Branca iniciou o processo de execução das medidas estapafúrdias que tinha anunciado na sua campanha e que muita gente pensava que não as iria pôr em prática, mas Donald Trump tem, de facto, sido coerente com o que prometeu, infelizmente para todos nós.

Nos últimos dias determinou proibir a entrada de pessoas de sete países por motivos de segurança e curiosamente não há história de atentados terroristas perpetrados por pessoas desses países nos Estados Unidos da América.

Vendo esta questão com maior acuidade, verifica-se que muitas das pessoas que fogem da guerra, ou melhor, das guerras que todos os dias destroem lares e infraestruturas básicas, fazem-no devido também às bombas que os Estados Unidos da América e os seus aliados espalham constantemente pelos países massacrados de tal maneira que não oferecem condições de segurança e mesmo de sobrevivência aos seus cidadãos.

E isto quer dizer, em última análise, que aquele país é um dos grandes responsáveis pelo enorme movimento migratório que tem origem nas zonas de conflito e agora esta administração quer lavar as mãos deste assunto como se nada tivesse a ver com isso.

Mas tem e muito. Em alguns casos aquele país utilizou, perante os seus aliados, argumentos com base em ameaças inexistentes, como foi o caso do Iraque, arrastando consigo outros países, uns mais ingenuamente do que outros, para um autêntico pântano sem saída à vista.

Fala-se num tempo novo e que temos de nos habituar a ele, mas custa ver o primeiro dignatário de um país com enormes tradições democráticas, muitas vezes autointitulado polícia do mundo,  lavar as mãos de responsabilidades advindas, a maior parte das vezes, de atos de índole bélico, seus e dos aliados que arrastam consigo, tentando ultrapassar de qualquer maneira os entraves legais que, entretanto, vão surgindo, tudo isto de uma forma exageradamente explicita, tal como acontece em programas televisivos de qualidade duvidosa.

Estas três semanas foram, de facto, vertiginosas e não indiciam nada de bom para os próximos tempos.

3 de fevereiro de 2017

Amigos para sempre

“A amizade duplica as alegrias e divide as tristezas.” (Bacon)

Hoje estamos praticamente à mesma distância do dia dos amigos, já passado, e do dia das amigas, que se comemora na próxima quinta-feira. Ambos se destinam a celebrar a amizade, como é óbvio.

O convívio que marca estes dias não é mais do que a oportunidade para dar ênfase a tudo o que une os amigos e ajuda a manter viva a verdadeira amizade e a desvalorizar tudo aquilo que a faz perigar.

Apesar da construção da verdadeira amizade ser apanágio dos humanos, o maior desafio, sobretudo nestes tempos de incertezas e competição desenfreada, é a sua manutenção.

Contamos com os amigos nas horas das vitórias, mas é nas derrotas que mais falta nos fazem. Ter amigos é poder contar com apoio destes nas horas difíceis e nos momentos em que mesmo a auto estima é posta em causa.

Ter um amigo é sentir que, apesar do caminho ser longo, ao nosso lado temos alguém que nunca nos abandona. Ter um amigo é ter alguém com o qual podemos pensar em voz alta, é ter alguém que nos ouve.

Ser amigo é confiar muito, compartilhar tudo, amparar sempre e ajudar a realizar os sonhos de outro.   

Um amigo é um irmão, só que escolhido por nós. Por ter um irmão que é um grande amigo e ter amigos que são grandes irmãos, digo, convictamente, que tenho os melhores amigos do mundo…


(escrevi e publiquei este texto a 6/2/2006, mas por ser atual gostava de o partilhar novamente)