"Ao enfrentar as situações impossíveis, as pessoas que amam o seu país podem mudá-lo". Barack Obama
31 de janeiro de 2015
30 de janeiro de 2015
A propósito de um prémio
A empresa Organizações Filnor
Lda. foi distinguida com o prémio Estatuto PME Excelência 2014 pelo seu desempenho
económico-financeiro e de gestão.
Esta empresa, com atividade e
sede na Ilha Graciosa, faz parte de um restrito leque de 29 empresas Açorianas,
3 de São Jorge, 6 da Terceira, 1 de Santa Maria e 18 de São Miguel, que
cumpriram os requisitos para obterem essa honrosa distinção.
Este reconhecimento, associado a
outros ligados ao desporto, à qualidade dos produtos locais, à qualidade
ambiental e ao enorme esforço que agricultores e pescadores fizeram para se
modernizarem, deve orgulhar-nos.
Vencer um prémio destes, sair
vencedor num concurso de vinhos, ganhar um campeonato de ralis, ser vencedor
numa série nacional voleibol, ser campeão em xadrez, ir a uma final da Taça
Açores, vencer e bater um recorde no desporto escolar, não é para todos. São
feitos difíceis de alcançar numa ilha com menos de 5.000 habitantes, pela
dimensão da economia e pelo reduzido campo de recrutamento, mas possíveis, como
a realidade tem comprovado no passado recente.
Num tempo difícil, em que vivemos
enredados numa grande crise económica, financeira e social, nada melhor do que
fazer uma introspeção para reconhecermos que temos muitas coisas boas e com
valor.
As contingências conhecidas e os
obstáculos nunca foram suficientes para quartarem a vontade de vencer dos
habitantes desta terra.
A cada um de nós compete lutar
pela excelência e aos governos, regional e municipal, compete criar condições
para que tal seja possível.
Sabe-se que temos ainda um longo
caminho a percorrer porque não está tudo feito. Mas o que foi feito até aqui é
muito mais do que falta fazer, não haja dúvida.
29 de janeiro de 2015
A eloquência tem destas coisas
Na passada terça-feira fiquei a
saber, pela boca do líder do maior partido da oposição, a propósito dos
problemas relativos à redução anunciada na Base das Lajes, que os Terceirenses
tinham “resistido ao sismo de 1980 de forma eloquente”.
Fiquei a saber, repito, porque
sinceramente não me tinha apercebido disso, apesar de lá ter estado nesse dia
de triste memória e de ter acompanhado, como todos os Açorianos, o processo
desencadeado após esse evento de efeitos devastadores.
Vimos, ouvimos e sentimos os
Terceirenses, depois do choque terrível por verem a sua ilha praticamente
destruída e o seu património, pessoal e coletivo, reduzido a escombros, encherem-se
de coragem para ultrapassar as amarguras e deitar mãos à obra para reconstruir a
cidade de Angra do Heroísmo e as dizimadas freguesias à sua volta.
O processo de reconstrução, que
contou com a orientação e o empenho exemplar do Governo Regional, só foi
possível com a solidariedade de diversas entidades, nomeadamente a do Governo
da República, fator que se revelou decisivo para o sucesso de todo este complexo
procedimento.
Nesta longa luta pela recuperação
de uma ilha inteira, houve muito mais do que a eloquência referida. Houve
capacidade de resiliência de um povo que viu renascer dos escombros, aos
poucos, as casas, os estabelecimentos comerciais, os palácios e os templos
religiosos. Povo que esperou para ver ressuscitar a atividade económica e assistir
ao regresso à normalidade.
A Ilha Terceira enfrentou outros problemas
em 2013, como as intempéries que assolaram algumas freguesias. Hoje aquela ilha
enfrenta a ameaça da anunciada redução de efetivos e de trabalhadores na Base
das Lajes.
Se no primeiro caso a
solidariedade do Governo da República não funcionou, no segundo ainda não deu
para perceber qual o papel que está a desempenhar neste assunto.
É conhecida a ação do Governo
Regional e do seu Presidente na resolução destas situações. Ao líder do PSD
pede-se que utilize a sua eloquência para chamar à razão os senhores lá de
fora, aqueles que andam sempre de pin
na lapela, e dizer-lhes que aqui também é Portugal.
22 de janeiro de 2015
E agora?
A notícia era esperada mas foi
recebida como um murro no estômago, à falsa-fé. Os Americanos vão mesmo reduzir
a Base das Lajes a uma simples estação de serviço no meio do atlântico. A
presença daquela força militar será diminuída e, por esse motivo, serão
reduzidos os postos de trabalho de muitos Portugueses. Fala-se em dois mil,
entre os diretos e os indiretos.
A diplomacia norte-americana
nunca nos enganou. Os Estados Unidos da América, ao deixarem de ter o interesse
por aquela estrutura militar, deram agora o golpe de misericórdia e vão embora
sem qualquer asco, deixando cá apenas o mínimo para quando precisarem. É tipo
pastilha elástica, quando fica sem sabor deita-se fora…
No meio desta turbulenta redução
de meios por parte daquele país, que jura ser nosso aliado, resta-nos aferir
qual foi o papel do Governo da República. Fica a dúvida se nestes dois últimos
anos tudo foi feito para inverter esta intenção ou se, por outro lado, a
diplomacia Portuguesa se terá deixado encantar por outras contrapartidas, como
insinuou o embaixador norte-americano quando afirmou que já estava tudo
devidamente acertado. Ambas as situações, a confirmarem-se, são graves.
O Governo Regional dos Açores tem
acompanhado a par e passo esta situação e feito um grande esforço no sentido de
minimizar os estragos daquela decisão, com o apoio, sejamos justos, de todos os
partidos com assento na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores. Foram
dois anos de trabalho silencioso, como era conveniente, aproveitando os
contributos das câmaras municipais da Ilha Terceira, das oposições e de outros
parceiros sociais com ligações a este processo.
Foi preparado um programa para
mitigar o efeito previsto, que, muito certamente, cairá em catadupa a partir de
agora. Muitos conheciam-no, mas ninguém ousou falar dele para não enfraquecer a
posição de Portugal.
Aparentemente o Governo da
República, perante esta realidade que afetará irremediavelmente a economia da
Terceira e dos Açores, assobia para o lado. O primeiro-ministro comporta-se
como se esta catástrofe não acontecesse no seu (nosso) país e o ministro dos
negócios estrangeiros, num assalto de incompreensível ciúme, parece mais
interessado em definir as competências do que tratar o que realmente interessa.
Num momento em que seria
necessário impor uma posição firme de Portugal, exigindo responsabilidade e os
seus direitos, vemos os seus maiores representantes de cócoras.
Não se admirem, portanto, de
verem os Açorianos numa busca desenfreada por soluções porque quando o Estado
falha desta maneira é preciso que alguém faça alguma coisa.
15 de janeiro de 2015
Afinal, queremos ou não?
A SATA iniciou a sua operação
comercial a 15 de Junho do longínquo ano de 1947. São quase 68 anos de
atividade dedicada ao transporte de passageiros e cargas.
A empresa foi sofrendo várias
alterações e consequentes adaptações ao aumento do tráfego que se registou
desde a sua formação. Em 1994 a SATA Internacional, empresa do grupo que
resultou da aquisição da Oceanair,
inicia também a sua atividade.
As duas empresas tem garantido as
ligações inter-ilhas e a acessibilidade ao Continente Português e às
comunidades Açorianas na diáspora.
Tem sido um inestimável serviço
prestado aos Açores e aos Açorianos que faz com que esta empresa seja, de
facto, uma marca prestigiada, interna e externamente.
É a maior empresa exportadora da
Região Autónoma dos Açores e tem um impacto importante na economia,
nomeadamente no emprego.
Com a entrada em vigor das novas
obrigações de serviço público e a liberalização de duas portas de entrada na
Região, Lajes e Ponta Delgada, já a partir de Abril próximo, a SATA tem de
reposicionar-se num mercado que aquela empresa conhece bem e que, sendo
aparentemente o mesmo, estará sujeito a novas regras.
A SATA fez o que tinha a fazer,
dadas as circunstâncias. Preparou um Plano Estratégico para o período 2015-2020
tendo em conta as contingências que a abertura de rotas a novas operadoras irão
provocar e reorientou toda a sua operação, abandonando rotas com pouco
interesse comercial e apostando no mercado da saudade e da macaronésia. Estão
também previstas a renovação da frota e a alteração da designação da SATA
Internacional para Azores Airlines.
Na passada sexta-feira esse
documento foi apresentado à Comissão Permanente da Economia da Assembleia Legislativa,
conforme havia prometido o Governo.
Esperava-se um intenso e saudável
debate sobre as opções, a estratégia e os meios inseridos neste documento
orientador mas, infelizmente, não foi isso que aconteceu.
A atenção de alguns Deputados da
oposição voltou-se para a existência de um outro documento, mais extenso que,
tudo leva a crer, deverá ter servido de base ao documento final e que
inadvertidamente, ou não, foi tornado público.
No final ficamos sem saber o que
pensam os partidos da oposição sobre esta reestruturação e se a querem ou não.
A SATA é demasiado importante
para ser usada como arma de arremesso político.
8 de janeiro de 2015
Submarinos no lodo
O CDS emitiu um comunicado a
propósito do início do ano de 2015. Depois de várias considerações sobre o
presente e o futuro, aquele partido demonstrou a sua satisfação pelo
arquivamento do tão falado processo dos submarinos.
Abstendo-me de fazer
considerações ou palpites sobre quem será o culpado, porque não me compete tal
apreciação, o assunto dos submarinos e do que lhe está adjacente merece alguma
reflexão.
Como se sabe este processo teve
na sua génese o suposto pagamento de “luvas” a quem, alegadamente, detinha
algum poder de decisão nesta matéria ou a quem facilitou ou abriu portas para
que o negócio se efetuasse, como, aliás, acabou por acontecer.
O CDS afirma, nesse comunicado,
que nada foi provado e que o partido tinha demonstrado uma grande capacidade de
resistência em todo este processo.
Nada me repugna mais do que os
julgamentos na praça pública. Infelizmente é o que mais se tem visto por aí nos
últimos tempos.
Na Alemanha, país onde foram
construídos os submarinos, foi desenvolvido um processo pelos mesmos motivos e
houve condenação, por corrupção ativa, de pessoas que subornaram outras para
ficarem com este negócio de valores milionários. Ora, como se sabe, se há um aliciador
tem de haver um aliciado. Um não vive sem o outro.
E é aqui que está o problema. Na
Alemanha foram detetados e detidos os subornadores, mas em Portugal a justiça
não conseguiu chegar até aos que se governaram com maquias enormes, provadas
pelos magistrados Alemães que apreciaram o caso, ao contrário do que aconteceu
na Grécia num caso idêntico e que envolvia também a mesma empresa naval.
No nosso caso a justiça ficou
coxa e à conta disso os ladrões encontram-se cá fora. É uma triste realidade.
1 de janeiro de 2015
Ano Novo
No dia 1 de Janeiro de cada ano,
depois da festa da passagem de ano, é o momento de fazer o balanço do ano que
terminou e de perspetivar o futuro.
Para o ano que hoje começa as
perspetivas, no contexto Nacional, não são muito animadoras: o IVA vai
manter-se na taxa atual, o Imposto sobre Veículos aumenta 3%, a cláusula de
salvaguarda no IMI que impedia o aumento superior a 75 euros por ano, vai ser
eliminada, os impostos verdes vão surgir, o preço da eletricidade vai aumentar,
tal como os impostos sobre o tabaco e o álcool, são alguns dos exemplos do que
nos espera.
Como novidades teremos a
aplicação da reforma do IRS e as novas tabelas de retenção na fonte com
entregas previsivelmente mais baixas, o atenuar ligeiro dos cortes na Função Pública,
o fim da Contribuição Extraordinária de Solidariedade nas pensões até 4.611
euros e o aumento de 1% nas pensões mínimas, que corresponderá a um crescimento
mensal de 2,5 euros apenas.
Nos Açores, apesar do Governo da
República ter reduzido as transferências para a Região e de ter diminuído o
diferencial fiscal, foram criados mecanismos sociais que têm atenuado esta
crise nos últimos anos.
Os números de 2011 e de 2013,
recentemente divulgados, são bastante animadores e permitirão, a curto prazo,
melhorar a vida dos Açorianos.
O Produto Interno Bruto dos
Açores (PIB) registou, em 2013, o maior crescimento de todas as regiões do
País, com 1,7%. O PIB per capita dos
Açores é de 14,9 mil euros, enquanto no Norte era de 13,3 mil euros, 14,0 no
Centro e 15,1 no Alentejo. A Região Autónoma dos Açores foi a que mais
convergiu para as médias Nacional e da União Europeia. Ficamos também a saber
que a em 2011 as famílias dos Açores tiveram um rendimento disponível bruto de
11.913 euros, superior à média Nacional, que se situava nos 11.532 euros.
Apesar de alguns insistirem em
puxar para baixo, tentando ensombrar estas conquistas com anúncios repetidos da
maior crise de sempre nos Açores, o Governo Regional, numa grande parceria com
a sociedade civil, tem avançado na melhoria dos indicadores económicos apesar
desta conjuntura muito difícil que atravessamos.
A boa governação e o empenho das
empresas e dos seus trabalhadores dão-nos a garantia que estamos no caminho
certo.
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