15 de janeiro de 2015

Afinal, queremos ou não?

A SATA iniciou a sua operação comercial a 15 de Junho do longínquo ano de 1947. São quase 68 anos de atividade dedicada ao transporte de passageiros e cargas.

A empresa foi sofrendo várias alterações e consequentes adaptações ao aumento do tráfego que se registou desde a sua formação. Em 1994 a SATA Internacional, empresa do grupo que resultou da aquisição da Oceanair, inicia também a sua atividade.

As duas empresas tem garantido as ligações inter-ilhas e a acessibilidade ao Continente Português e às comunidades Açorianas na diáspora.

Tem sido um inestimável serviço prestado aos Açores e aos Açorianos que faz com que esta empresa seja, de facto, uma marca prestigiada, interna e externamente.

É a maior empresa exportadora da Região Autónoma dos Açores e tem um impacto importante na economia, nomeadamente no emprego.

Com a entrada em vigor das novas obrigações de serviço público e a liberalização de duas portas de entrada na Região, Lajes e Ponta Delgada, já a partir de Abril próximo, a SATA tem de reposicionar-se num mercado que aquela empresa conhece bem e que, sendo aparentemente o mesmo, estará sujeito a novas regras.

A SATA fez o que tinha a fazer, dadas as circunstâncias. Preparou um Plano Estratégico para o período 2015-2020 tendo em conta as contingências que a abertura de rotas a novas operadoras irão provocar e reorientou toda a sua operação, abandonando rotas com pouco interesse comercial e apostando no mercado da saudade e da macaronésia. Estão também previstas a renovação da frota e a alteração da designação da SATA Internacional para Azores Airlines.

Na passada sexta-feira esse documento foi apresentado à Comissão Permanente da Economia da Assembleia Legislativa, conforme havia prometido o Governo.

Esperava-se um intenso e saudável debate sobre as opções, a estratégia e os meios inseridos neste documento orientador mas, infelizmente, não foi isso que aconteceu.

A atenção de alguns Deputados da oposição voltou-se para a existência de um outro documento, mais extenso que, tudo leva a crer, deverá ter servido de base ao documento final e que inadvertidamente, ou não, foi tornado público.

No final ficamos sem saber o que pensam os partidos da oposição sobre esta reestruturação e se a querem ou não.

A SATA é demasiado importante para ser usada como arma de arremesso político. 

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