A importância da SATA
O Grupo Sata não é apenas mais uma
empresa do universo público regional. É o garante da coesão económica e social
das Ilhas dos Açores.
A Sata une todas as ilhas dos Açores e
estas com o exterior, nomeadamente com o continente português com as nossas
comunidades residentes nos Estados Unidos e Canadá, transportando passageiros,
cargas e correio.
A Sata tem sido acusada de ser
despesista, ou então centralista ou ainda de ter uma política economicista.
Mas todos os partidos políticos e
associações empresariais pedem mais voos, mais rotas e mais bases operacionais,
portanto, mais despesa.
Todos os partidos políticos, na hora da
apresentação de contas, pedem maior racionalização dos custos, mas nunca admitem
a racionalização da operação.
Alguns partidos políticos ainda acusam a
Sata de praticar uma política economicista, mas depois queixam-se dos
resultados de exploração.
Como se vê, a Sata tem sido acusada de uma
coisa e do seu contrário, por isso temos todos, mesmo todos, o dever de deixar
este grupo fazer o seu caminho, sem abdicar de fiscalizar a sua ação, como
também é nosso dever.
Em certo momento foi acusada, também, de
falta de transparência, insinuação com a qual não poderemos concordar de
maneira nenhuma.
É preciso não esquecer que o Grupo Sata é
dos mais escrutinados desde sempre, com uma comissão de inquérito dedicada e
outra que, para além da Sata, envolvia todas as outras empresas públicas.
Foram dois momentos em que só não se
esclareceu quem não quis, dada a variada informação fornecida e audições
realizadas.
Para além disso tem sido objeto de
várias propostas, muitos requerimentos, perguntas orais, declarações políticas,
audições da tutela e de administradores, votos, etc., fatores que, no seu
conjunto, deram, e continuam a dar, informações importantes para acompanhar o
funcionamento do Grupo Sata, mas também, e isso deve ser dito e assumido, tem fragilizado
a sua posição comercial num mercado marcado pela aguerrida concorrência.
Das companhias que operam nos Açores, a
Sata é a única que não tem proteção dos segredos comerciais e, como é bem
sabido, não é fácil vencer num meio concorrencial nestas circunstâncias em que
as informações mais sensíveis são do conhecimento dos concorrentes.
Como é conhecido, cabe a cada
administração planear, organizar, dirigir e controlar a empresa ou grupo de
empresas, com o intuito de estabelecer uma estratégia e preparar um plano de
ação capaz de atingir objetivos que se propõe, por isso é aceitável que sejam
os seus novos titulares a proceder a ajustes no seu Plano de Negócios.
Foi preciso viver-se uma tragédia, como
esta pandemia, para se perceber a importância destas duas companhias aéreas do
Grupo Sata.
Para proteção de todos os Açorianos,
foram dadas instruções à Sata para parar a sua atividade de transporte normal
de passageiros do exterior e inter-ilhas.
Essa decisão foi fundamental para
controlar a Covid 19.
Travando a mobilidade, travou-se a
disseminação do vírus e assim foi possível chegar-se à posição atual que, não
sendo uma certeza nem razão para abrir brechas, é um motivo de satisfação e o
reconhecimento pelo bom trabalho que foi feito ao longo deste período difícil
de esquecer.
No entanto, foi a Sata que foi longe
para trazer equipamentos para tratar esta doença e também materiais para
proteção dos profissionais de saúde, dos bombeiros e das forças de segurança.
Foi a Sata que levou e trouxe muitos dos
nossos doentes à procura de tratamentos.
Foi a Sata que distribuiu os
equipamentos médicos pelas ilhas.
Foi a Sata que transportou as amostras
biológicas para análises nos laboratórios de referência.
Foi a Sata que transportou muitos dos
nossos produtos para o exterior.
No passado recente os Açores e os
Açorianos contaram com a Sata para unir os Açorianos, os de cá e os de lá.
Os Açores e os Açorianos também contaram
com a Sata para tornar a região como um destino turístico de excelência.
Os Açores e os Açorianos, neste momento
de crise sanitária, voltaram a contar com esta empresa que, por entre muitas
dificuldades e imprevistos, disse sempre presente e soube adaptar-se a esta
nova situação que exigiu, também, novas soluções.
(Texto adaptado das intervenções feitas
na ALRAA)
Horta, 16 de junho de 2020.