No passado dia 4 de Setembro de 2006 comemorámos os 30 Anos de Autonomia na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, verdadeiro sustentáculo do edifício autonómico.O povo Açoriano desde sempre lutou pela conquista da capacidade de traçar o seu próprio caminho, intenção que, apesar de períodos de abertura, acabou, mais cedo ou mais tarde, bloqueada por um Estado demasiado centralista e em agonia.
De quando em vez eram lançadas tímidas fórmulas autonómicas de fracos poderes e parcos recursos que, como se adivinhava, pouco ou nada poderiam contribuir para o desenvolvimento desta terra separada pelo mar, por isso também com incompreendidas especificidades, e que se apresentava num aflitivo atraso em relação a outras regiões de Portugal, difícil de entender, mantido à custa de uma induzida letargia que sempre nos decapitou.
É certo e sabido que os aspectos mais importantes conquistados pela autonomia em 1976 foram, sem dúvida, a descentralização política que permitiu, no fundo, caminhar no sentido das políticas de desenvolvimento social e económico da nossa Região, a conquista das liberdades cívicas e a aproximação do poder à população.
Esses factos permitiram, e isso está à vista de todos, um salto enorme, até aí impensável, do nível de vida dos Açorianos e o alargamento das competências dos órgãos próprios da Região, ainda mais reforçadas por via da revisão constitucional de 2004.
Se recentemente se fechou o quadro da nova da lei eleitoral da Região - que irá permitir, por um lado, maior representatividade e, por outro, melhorar a proporcionalidade - temos agora pela frente novos desafios que irão marcar, sem dúvida, o futuro próximo dos Açores: a lei de Finanças das Regiões Autónomas, a Revisão do Estatuto Político-Administrativo dos Açores e o acesso às verbas do próximo Quadro Comunitário de Apoio, que, tudo leva a crer, será o último.
Nesta hora de grandes decisões espera-se, a bem da Região Autónoma dos Açores, que cada partido assuma as suas responsabilidades no debate destas matérias tão importantes para o nosso futuro.
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