15 de maio de 2014

Eu, não...

Desde há algum tempo os comentadores políticos que não alinham pelos diretórios partidários, vão dando sinais evidentes de que a imparcialidade do Presidente da República na condução dos assuntos a seu cargo tem estado muito abaixo do que seria expetável.

Essa postura tem sido percetível na imposição de condecorações, nas intervenções a propósito da ajuda externa, nas mensagens do facebook e por aí fora.

Numa recente conferência sobre temas europeus, depois de uma série de trocas de elogios que chegaram a parecer mal, o Presidente da República, num timbre sério, como é seu apanágio, informou a atenta plateia que os portugueses deviam muito ao Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.

No meio desta evocação ficou também visível esta súbita colagem a Portugal do ainda Presidente da Comissão Europeia, mais percetível no último mês. Esta sua postura alertou muitos portugueses de que poderia estar em marcha uma candidatura a Belém reforçada por estas atitudes e posições do mais alto magistrado da nação.

Esta convicção do Presidente pode ter convencido muito gente de que Durão Barroso deu uma mãozinha a Portugal, mas a mim não, decididamente. Não me considero devedor de Durão Barroso. De todo.

Aliás, considero que, neste caso, é Durão Barroso que me deve explicações. A mim e aos restantes portugueses.

Temos de saber se esta austeridade que ajudou a impor a alguns países da europa era mesmo necessária ou se só serviu para salvar os bancos credores nomeadamente os alemães.

Precisamos também saber porque fugiu do país numa altura em que estava a cumprir um mandato que lhe foi dado nas urnas pelo povo de Portugal. É importante sabermos se essa atitude apenas teve a ver com a sua ambição pessoal em prejuízo do interesse do nosso país.


Neste ajuste de contas, e ao contrário do que o senhor Presidente da República pensa e diz, Durão Barroso tem uma dívida para com os portugueses e receio que fique por saldar.

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