30 de novembro de 2015

Homenagens

Desde sempre que a sociedade gosta de homenagear os cidadãos que, de qualquer forma, se destacam. Esse gesto contraria a tendência, muito em voga, de esquecer aqueles que se esforçaram para nos deixar mais do que receberam, que, com a sua ação, contribuíram para a melhoria da nossa comunidade.

Esta é uma forma de agradecer e, ao mesmo tempo, reconhecer o trabalho desenvolvido em prol do bem comum, por gente de valor que trabalhou sem a preocupação de ver esse trabalho reconhecido.

O passado fim-de-semana foi marcado por dois desses momentos que, embora se tenham revestido de alguma simplicidade, foram marcantes e atingiram os seus objetivos na demonstração do respeito pelos cidadãos em questão.

No sábado foram dois os homenageados: Duarte Rico e Luís Henrique. Ambos se destacaram pelo trabalho que desenvolveram no lançamento e crescimento do hipismo na Ilha Graciosa.

O Duarte, quando cá chegou, trazia conhecimentos técnicos e muita determinação, mas teve de começar do zero. Rodeou-se de jovens e menos jovens que começavam a gostar desta modalidade e criou um excelente grupo que cresceu ao mesmo tempo que crescia a qualidade dos seus praticantes.

Foi um trabalho que deixou marcas e muitas saudades, recorrentemente lembradas após a sua prematura partida. Deixou muitos amigos no meio do hipismo e fora dele. Veio da Terceira, mas era como se fosse um dos nossos.

O Luís Henrique, apesar de ser enfermeiro de profissão, tinha uma grande paixão pela agricultura e por cavalos. Teve um papel preponderante na fundação das bases do hipismo nesta ilha, tendo acompanhado, desde o início, o processo de implantação e crescimento desta modalidade.

Desempenhou cargos na Associação dos Agricultores e foi um dos organizadores, durante vários anos, da feira taurina que se realiza anualmente nesta ilha, onde dava uma especial atenção à lide a cavalo.

Deixou-nos com 49 anos de idade, ainda com sonhos por realizar.

No domingo foi a vez da Graciosa, através do Município, prestar homenagem ao Engenheiro Marcelo Bettencourt, atribuindo-lhe o nome a uma rua que passa na casa onde nasceu há precisamente 90 anos e que agora é a Casa Tradicional de Guadalupe.

Este ilustre Graciosense destacou-se nas funções que exerceu, nomeadamente quando tutelou as obras públicas, desde a extinta Junta Geral de Angra do Heroísmo até à Secretaria Regional dos Equipamentos.

Nessas funções foi responsável pelos projetos e planeamento de diversas obras na Graciosa, desde a rede estradas até aos edifícios públicos. Também foi o primeiro responsável pelo Gabinete de Apoio à Reconstrução, estrutura criada para reerguer as ilhas afetadas pelo sismo do dia 1 de janeiro de 1980.

Na qualidade de Presidente do Conselho de Administração da Caixa da Misericórdia foi um dos responsáveis pela instalação de uma agência daquela instituição na ilha Graciosa.

Serviu o estado durante 40 anos, demonstrando sempre grande competência profissional que aliada à sua honestidade e ao rigor na gestão pública fazem dele um exemplo.

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