14 de abril de 2011

Olho aberto

É do conhecimento dos Portugueses que esta crise seria evitável, não fosse a ambição de alguns políticos em chegar ao poder de qualquer maneira.

Mas é aqui que estamos. O Presidente da República aceitou a demissão do Primeiro-Ministro e agora caminhamos para o dia 5 de Junho, dia de todas as decisões.

Até lá teremos um período para esclarecimento e reflexão. Os cidadãos deste país, ninguém tem dúvidas, têm o direito de saber como estamos e para onde vamos.

O PSD tem de esclarecer se confirma o aumento do IVA, quando há pouco tempo Passos Coelho escrevia no seu livro Mudar que era contra. Queremos saber se vai combater a precariedade com os contratos de trabalho meramente verbais. O PSD tem de explicar o que vai fazer com o 13º e 14º meses ou se vai despedir funcionários públicos, para “emagrecer” o estado, como insinuou. Precisamos todos de saber o que vai fazer da TAP e da RTP, se as vai privatizar conforme tem sido notícia. Se isso acontecer precisamos também saber o que vai acontecer à nossa RTP/ Açores e era bom que o PSD Açores também marcasse uma posição sobre este assunto. O Serviço Nacional de Saúde é para desmantelar? O ensino público é para privatizar? E a Caixa Geral de Depósitos é para vender a preços de saldo? Estas são interrogações para as quais se exigem respostas.

No passado recente ouviram-se afirmações que confirmavam essa tendência social-democrata. Alienar ao desbarato o sector empresarial do estado numa altura pouco favorável e acabar com a educação e saúde para todos, para além da única medida conhecida para a agricultura: extinguir o respectivo ministério.

O PSD afirmou não se importar de governar com a presença do Fundo Monetário Internacional (FMI) e aqui poderemos ter gato escondido com rabo de fora.

Como se sabe a Grécia pediu ajuda ao FMI e à União Europeia (UE) em Abril de 2010 e seis meses depois foi a vez da Irlanda.

Os gregos e os irlandeses sentem que o preço das medidas de austeridade impostas por estes organismos tornou-os mais pobres e mais pessimistas quanto ao seu futuro. Aumentou o desemprego ainda mais (13,4% na Irlanda e 12,5% na Grécia), o custo de vida subiu, prevêem-se mais reduções nos benefícios sociais e nos salários, na Grécia estão ainda iminentes fortes cortes no 13º e 14º meses, enquanto a Irlanda se prepara para despedir 25 mil funcionários públicos.

Será que é por isto que o PSD não se importa de partilhar o governo com o FMI? Será que as agendas das reformas necessárias são basicamente as mesmas e assim o ónus ficaria apenas do lado do FMI?

Portugueses, olho aberto…

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