Estivemos discutir e a votar, no
passado mês de Novembro, o Plano Regional e o Orçamento para ano 2014, documentos
fundamentais para a governação da Região Autónoma dos Açores.
Há nestes documentos um conjunto
de medidas visando minimizar o impacto negativo da austeridade imposta pelo
Governo da República no Orçamento do Estado para 2014 aprovado pelo PSD e CDS-PP
uns dias antes e que contou, diga-se com toda a verdade, com o voto favorável
dos deputados do PSD eleitos pelo círculo eleitoral dos Açores, facto que se
revelará importante para quem quiser fazer uma análise séria ao que se passou
na Assembleia Legislativa durante esta discussão.
O PSD Açores decidiu e anunciou,
com muita antecedência, é certo, a sua abstenção nestes dois documentos de
planeamento regionais, sem se abster, no entanto de apresentar algumas propostas
de alteração aos mesmos, com a legitimidade que se lhes assiste. E é aqui que
está o problema.
Enquanto lá fora os deputados do
PSD Açores votam favoravelmente um orçamento que lesa gravemente as famílias,
retira benefícios aos funcionários públicos, promove políticas que aumentam o
desemprego, reduz pensões, sonega verbas à Universidade dos Açores e à
RTP-Açores, aqui, esse mesmo partido, define-se como o arauto na defesa dos
Açores e apresenta algumas alterações impondo à Região um esforço financeiro suplementar
no sentido de substituir o Estado Português naquelas que são as suas funções e obrigações.
É caso para dizer que este
partido defende uma coisa nos Açores e precisamente o seu contrário na República,
o que não deixa de ser estranho. Por aqui se vê que a coerência não mora ali.
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