9 de outubro de 2014

5 de Outubro

Domingo comemorou-se a Implantação da República Portuguesa, data importante para a história de Portugal. Não é feriado por imposição deste governo, mas, com toda a certeza, voltará a sê-lo num futuro próximo.

De uma maneira ou de outra haveremos de continuar a assistir ao hastear da bandeira Portuguesa e a ouvir os tradicionais discursos na Câmara Municipal de Lisboa, onde, afinal, tudo começou.

No 5 de Outubro deste ano o Presidente da República voltou a deixar alguns recados. Falou da necessidade de estabilidade política, dos compromissos, do populismo fácil, das promessas não cumpridas e do descrédito por que passa a classe política.

Afirmou ainda que “os portugueses são dos povos da União Europeia que demonstram maiores níveis de insatisfação com o regime em que vivem”, avisando para o afastamento da vida cívica, para o perigo do populismo e do carreirismo partidário. Alertou também para risco de implosão do sistema partidário e pediu reformas políticas.

Se algumas das afirmações feitas neste dia não nos surpreendem e até, inclusivamente, podemo-nos rever em algumas delas, por serem oportunas e por corresponderem à realidade, outros dos recados deixados ao poder político não nos parecem aceitáveis quando ditas por um homem que foi Primeiro-ministro e líder partidário durante 10 anos e se prepara para cumprir outros 10 anos como Presidente da República.

Nestes 20 anos de funções públicas, para além do seu conhecido papel, quando era Primeiro-ministro, na agricultura, na indústria e nas pescas deste País, resta saber se o Presidente Cavaco Silva fez alguma coisa para melhorar o sistema político ou quais os contributos que deu para credibilizar a classe política ou ainda que ações desenvolveu para separar a política dos negócios, relação que, como se sabe, enormes danos trouxe ao país nos últimos tempos.

Era também importante sabermos o que fez para evitar o desvario deste governo que fez tudo ao contrário do que prometeu, abstendo-se de intervir, como seria seu dever, deixando apenas nas mãos do Tribunal Constitucional a fiscalização de diplomas que iam contra a Constituição Portuguesa.

Esta sua postura de quem nada tem a ver com a atual situação é mais uma nota que descredibiliza, também, a sua ação política e faz-nos recordar a história do Frei Tomás…

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