21 de agosto de 2015

Os três equívocos

Nos períodos eleitorais os partidos escolhem os slogans de campanha que acabam por ir parar ao diverso material promocional utilizado para conquistar os votos dos eleitores. Uns mais felizes que outros, naturalmente, mas todos procuram conquistar a confiança do eleitorado no dia de todas as decisões.

O PSD-Açores escolheu “Açores a 100%”. Pode-se fazer um conjunto de interpretações sobre este mote de campanha.

Em primeiro lugar, e este é também o primeiro equívoco, dá a ideia que foram os Açorianos a escolher os seus candidatos às eleições legislativas nacionais. Mas a verdade é que Pedro Passos Coelho impôs, para liderar a lista pelos Açores, o nome de alguém que foi cúmplice das suas políticas desastrosas que empobreceram os Portugueses e afastou os que lhe criaram alguns dissabores em determinadas votações na Assembleia da República.

Em segundo lugar, pode deixar transparecer que Berta Cabral, na procura de um equilíbrio, acautelou um lugar a todas as ilhas dos Açores na sua lista, mas, por mais incrível que possa parecer, o PSD-Açores deixou, mais uma vez, algumas ilhas de fora, favorecendo outras. Estamos perante outro equívoco, o segundo, que provoca coisas hilariantes como foi o caso de ser um Florentino a abordar publicamente um problema do Corvo nesta altura de pré-campanha eleitoral, como se não houvesse ninguém do PSD naquela ilha capaz de o fazer.

Por fim, temos o terceiro equívoco deste verão: parece que a Secretaria de Estado da Defesa está agora sedeada nos Açores, tal a constante presença da sua titular nestas ilhas, ao contrário do que aconteceu no restante mandato. Mas, com toda a certeza, não vamos ficar por aqui. Ainda veremos a Secretária de Estado andar de ilha em ilha, a descerrar uma placa aqui, a anunciar obras ali, defendendo de unhas e dentes o seu chefe de Lisboa.

Por isso considero que o PSD não pode estar a 100% com os Açores. Para que isso acontecesse era preciso bater o pé a Passos Coelho quando este faz maldades aos Açorianos, como quando não assumiu uma parte dos prejuízos provocados pelas intempéries que assolaram a nossa região, ao contrário do que fez, e bem, com a Madeira, ou quando se desresponsabilizou a propósito dos impactos negativos pela redução de pessoal da Base das Lajes.

Defender os Açorianos não é pôr-se em bicos dos pés a dois meses das eleições. É bem mais do que isso e dá trabalho.

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