Não há dúvidas que a agricultura graciosense tem-se afirmado no contexto da Região Autónoma dos Açores. Alguém dizia recentemente que a Graciosa era a ilha com maior sucesso agrícola.
Partindo duma situação desvantajosa, sobretudo pelo facto da maior parte dos agricultores praticarem uma agricultura de subsistência, em explorações de pequena dimensão e muito fragmentadas, com uma média de idade muito elevada, como tal com pouca apetência para a mudança, mas mesmo assim houve uma rápida adaptação aos novos meios de produção e às novas exigências comunitárias, facto que é por todos reconhecido. A classe rejuvenesceu e preparou-se para os desafios do futuro.
A acompanhar esta espantosa progressão sem paralelo nos Açores, houve também a decisão do poder político, assumida em 1996, de inverter a tendência da política anterior de fechar a ilha à produção de leite (de 92 a 95), arquitectada pelo Governo Regional de então.
A construção da nova fábrica de lacticínios veio permitir a substituição de uma outra, perfeitamente obsoleta e sem condições de operar com as novas regras comunitárias e que, por isso, nos últimos anos correu diversas vezes o risco de ser mandada encerrar, o que teria sido um rude golpe ao processo de modernização em curso. A nova fábrica, ao que me dizem, foi projectada para laborar 10 milhões de litros anualmente, estanto portanto nesta fase está a funcionar abaixo das suas capacidades.
Por outro lado houve um grande esforço na formação dos activos nesta área e também apoios às organizações de produtores. Em 2005 também o leite passou a ser pago ao mesmo preço da Terceira, facto que veio acabar com uma injustiça de muitos anos.
Este conjunto de factores, juntamente com a complacência do tempo excelente para a produção que se tem verificado durante este ano agrícola, originou um aumento vertiginoso da produção de leite, sobretudo a partir de Outubro de 2005.
Por isso de constata que quando terminar o ano agrícola a quota destinada à Graciosa será ultrapassada em cerca de 2 milhões de litros, facto que será ainda mais preocupante se forem aplicadas imposições suplementares, vulgarmente conhecidas por multas. Por azar, também na Terceira e em outras ilhas a quota vai ser ultrapassada.
Nesta situação de crise existem várias verdades:
1ª - a do Governo, que tem feito diversos avisos a todos os agricultores para não ultrapassarem os seus direitos de produção;
2ª – a dos agricultores, que exigem mais quota para viabilizarem as suas explorações e evitar as multas;
3ª – a dos industriais, que querem mais matéria prima para viabilizarem as suas fábricas;
4ª – a das organizações de produtores, que defendem o aumento do rendimento dos seus associados.
No entanto atrevo-me a dizer, como aliás toda a gente sabe e repetidamente referido, que esta crise, a ter desenvolvimentos negativos, irá afectar todos os graciosenses e terá repercussões inimagináveis na nossa frágil economia.
Por isso defendo que é preciso encarar esta crise com seriedade e sem constrangimentos políticos, já que se trata de um problema que é tecnicamente melindroso e de difícil resolução.
A curto prazo poderão haver soluções, como sejam: aquisições de quotas no exterior, novos resgates, a criação de uma bolsa de quotas e as reformas antecipadas de agricultores com mais de 55 anos de idade.
Mas agora, e é agora que existe um problema que urge resolver, é preciso unir todos os intervenientes, estudar as várias hipóteses e depois atalhar caminho, sem cair em facilidades, porque a solução não estará de certeza no empenhamento de uma só das partes, estará antes num compromisso de todos.
Partindo duma situação desvantajosa, sobretudo pelo facto da maior parte dos agricultores praticarem uma agricultura de subsistência, em explorações de pequena dimensão e muito fragmentadas, com uma média de idade muito elevada, como tal com pouca apetência para a mudança, mas mesmo assim houve uma rápida adaptação aos novos meios de produção e às novas exigências comunitárias, facto que é por todos reconhecido. A classe rejuvenesceu e preparou-se para os desafios do futuro.
A acompanhar esta espantosa progressão sem paralelo nos Açores, houve também a decisão do poder político, assumida em 1996, de inverter a tendência da política anterior de fechar a ilha à produção de leite (de 92 a 95), arquitectada pelo Governo Regional de então.
A construção da nova fábrica de lacticínios veio permitir a substituição de uma outra, perfeitamente obsoleta e sem condições de operar com as novas regras comunitárias e que, por isso, nos últimos anos correu diversas vezes o risco de ser mandada encerrar, o que teria sido um rude golpe ao processo de modernização em curso. A nova fábrica, ao que me dizem, foi projectada para laborar 10 milhões de litros anualmente, estanto portanto nesta fase está a funcionar abaixo das suas capacidades.
Por outro lado houve um grande esforço na formação dos activos nesta área e também apoios às organizações de produtores. Em 2005 também o leite passou a ser pago ao mesmo preço da Terceira, facto que veio acabar com uma injustiça de muitos anos.
Este conjunto de factores, juntamente com a complacência do tempo excelente para a produção que se tem verificado durante este ano agrícola, originou um aumento vertiginoso da produção de leite, sobretudo a partir de Outubro de 2005.
Por isso de constata que quando terminar o ano agrícola a quota destinada à Graciosa será ultrapassada em cerca de 2 milhões de litros, facto que será ainda mais preocupante se forem aplicadas imposições suplementares, vulgarmente conhecidas por multas. Por azar, também na Terceira e em outras ilhas a quota vai ser ultrapassada.
Nesta situação de crise existem várias verdades:
1ª - a do Governo, que tem feito diversos avisos a todos os agricultores para não ultrapassarem os seus direitos de produção;
2ª – a dos agricultores, que exigem mais quota para viabilizarem as suas explorações e evitar as multas;
3ª – a dos industriais, que querem mais matéria prima para viabilizarem as suas fábricas;
4ª – a das organizações de produtores, que defendem o aumento do rendimento dos seus associados.
No entanto atrevo-me a dizer, como aliás toda a gente sabe e repetidamente referido, que esta crise, a ter desenvolvimentos negativos, irá afectar todos os graciosenses e terá repercussões inimagináveis na nossa frágil economia.
Por isso defendo que é preciso encarar esta crise com seriedade e sem constrangimentos políticos, já que se trata de um problema que é tecnicamente melindroso e de difícil resolução.
A curto prazo poderão haver soluções, como sejam: aquisições de quotas no exterior, novos resgates, a criação de uma bolsa de quotas e as reformas antecipadas de agricultores com mais de 55 anos de idade.
Mas agora, e é agora que existe um problema que urge resolver, é preciso unir todos os intervenientes, estudar as várias hipóteses e depois atalhar caminho, sem cair em facilidades, porque a solução não estará de certeza no empenhamento de uma só das partes, estará antes num compromisso de todos.
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