7 de junho de 2012

Cortar a direito


Foi estranho para muita gente acordar na passada segunda-feira e não ter na RTP Açores o Bom Dia do conhecido Pedro Moura, tal como foi também triste para muitos Açorianos deixar de poder ver o noticiário regional das 13 horas.

Esta é a demonstração de que o plano do ministro Relvas já está em andamento, sem dó nem piedade. É mesmo assim, cortar a direito sem preocupações com as obrigações de serviço público, nem com o interesse dos Açorianos. E, o mais grave, é que ninguém consegue explicar que ganhos financeiros se obtêm com esta alteração.

Curiosamente, hoje foi conhecido um estudo de opinião, elaborado pela Norma Açores, onde 79% dos inquiridos não concorda com a concentração da programação regional entre as 17 e as 23.30 horas.

O referido estudo, e passo a citar a nota do Gabinete de Apoio à Comunicação Social, “aponta também para uma clara adesão do público açoriano à RTP Açores, que surge em primeiro lugar em termos de notoriedade total (reconhecimento e visualização), com 85,5%, sendo igualmente o canal mais visto do Grupo RTP nos Açores; seguida da TVI com 79%, e da SIC com 75,3%, respetivamente. Dentro do universo RTP, a RTP/Açores é, não só o canal que merece maior reconhecimento dos açorianos (47,5% para a RTP/Açores contra 41,5% da RTP 1), como é também o que é visto com maior regularidade (37% para a RTP/Açores, 18% para o Canal 1)”, fim de citação.

Este estudo de opinião indica, também, que o programa Bom Dia, agora extinto ao abrigo da imposição desta “janela” da programação regional, era o programa mais visto pelos Açorianos, seguido do Telejornal. Mais palavras para quê…

O receio é que, impelidos por esta suposta concentração de meios e de recursos, frase muito em voga agora, se comece, devagarinho e à falsa fé – como aconteceu agora – a promover o esvaziamento, primeiro, dos correspondentes e, depois, dos centros de produção mais periféricos, em nome da economia de escala. Com este caminho poderemos estar a desenhar o fim desta estação que muito tem dado aos Açores e às suas gentes.

Às voltas com esta questão anda o PSD Açores, sem saber o que há-de fazer com este embaraço em que se meteu. E tudo porque o PSD Açores se quer dar bem com Deus e com o Diabo, o que, convenhamos, não é boa política.

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