Qualquer destas expressões podia
muito bem classificar os últimos dias do governo da responsabilidade do
PSD/CDS-PP que mais pareciam mesmo o estertor deste executivo já fora de prazo.
Foram dias vertiginosos, sem
dúvida. Desde a saída de um ministro que deixou uma carta reconhecendo o
falhanço da sua política, até facadas pelas costas, passando pelas omissões,
vimos de tudo um pouco.
Do Presidente da República não
ouvimos nem um queixume. O mais alto magistrado da nação, outrora muito
sensível a deslealdades, nem pestanejou ao ser informado, apenas uma hora antes
da tomada de posse da nova ministra das finanças, que poderia não haver mais
governo devido à demissão, (mais ou menos) irrevogável, de Paulo Portas.
De seguida vimos o desfilhar de
críticas de todos os lados, até vindas de dentro,
trazendo à liça a legitimidade de um governo que não se entende e que, numa
segunda análise, não consegue atingir nenhum dos objetivos a que se propôs.
Também me junto àqueles que
pensam que os mandatos são para cumprir, mas confesso que, tal como muitos
portugueses, estou numa fase de mudança de opinião, não por ter alterado muito
a minha maneira de ver, mas antes por demérito de um desfeito governo que não
acerta uma e ainda se entretém a dar ao país este triste espetáculo a que
assistimos, mais ou menos incrédulos com a ligeireza com que estes assuntos são
tratados na praça pública.
No fim de tudo isto ficam os
portugueses a saber que irrevogável não é o que vem no dicionário e que para o
Presidente da República, o tal que nunca se engana e raramente tem dúvidas, a
classificação de desleal não serve de carapuça daqueles que são da sua família
política.
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