27 de novembro de 2014

Paternidades

Estamos a discutir o Plano e Orçamento Regional para 2015 que será votado na próxima madrugada na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores.

Nestes momentos de discussão é normal registarem-se tentativas de alguns partidos políticos de chamar a si a paternidade das coisas boas e enjeitar responsabilidades nas menos boas.

O PSD, sempre à espreita de uma boa oportunidade para “cavalgar a onda”, apresentou-se como o pai de diversas coisas, boas, como convém.

Esta ilusão com que embala o sonho de algum dia vir a ser governo não é coisa inocente, porque de inocente o PSD-Açores nada tem.

As novas obrigações de serviço público de transporte aéreo são um exemplo, mas podia citar outros.
Vendo que a coisa estava quase resolvida, o PSD-Açores, pela boca do seu líder, chegou-se à frente e, numa atitude incompreensível, chamou a si a paternidade desta importante conquista que é, afinal, dos Açorianos e só deles.

Depois de anos na gaveta, só agora o Governo da República deu seu acordo esta pretensão do Governo dos Açores.

Curiosamente este passo em frente nas negociações e a aceitação de limitar a tarifa máxima nos 134 euros, como exigia o Governo Regional, só aconteceu recentemente depois da saída do Ministro da Economia, do PSD, e a entrada do Ministro Pires de Lima que é, como se sabe, do CDS-PP.

Como já foi reconhecido publicamente, só com a chegada deste novo governante é que foi possível assistir a novos desenvolvimentos que, de outro modo, não teriam saído da gaveta.

Nesta questão, o PSD-Açores tem poucos motivos de orgulho, ao contrário do que quer fazer crer.

Sem comentários: